Multidão exige justiça em Buenos Aires após morte de ativista político

Militante do Partido Obrero participava de protesto contra demissões quando foi morto a tiros

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Por Efe
Atualização:

Multidão protesta contra morte de Mariano Ferreyra na Plaza de Mayo

 

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BUENOS AIRES- Organizações políticas, sociais e estudantis protagonizaram nesta quinta-feira, 21, uma manifestação para repudiar e exigir justiça pela morte de um jovem de 23 anos em um conflito sindical de ontem.

 

A mobilização, que tornou a capital argentina intransitável, foi seguida por uma greve geral convocada pela Central de Trabalhadores Argentinos (CTA), a segunda maior organização sindical do país.

 

As maiores agrupações de manifestantes se concentraram em uma esquina do centro de Buenos Aires para marchar até a Plaza de Mayo, em frente à sede do governo, onde culminou o protesto.

 

Milhares de pessoas chegaram à Casa Rosada vindos da periferia da cidade, onde bloquearam parcialmente algumas pontes e vias ferroviárias.

 

Mariano Ferreyra, um militante do esquerdista Partido Obrero (PO), foi assassinado a tiros ontem em um confronto entre trabalhadores e grupos de choque do sindicato União Ferroviária, que faz parte da Confederação Geral do Trabalho CGT), a maior central sindical do país, favorável ao governo.

 

Uma ativista do PO de 57 anos foi atingida por um disparo na cabeça e está em estado grave, internada em um hospital público de Buenos Aires. Ontem, Nelson Aguirre, outro militante do partido ferido, teve alta do hospital.

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Ativistas do Partido Obrero bloqueiam ferrovia

 

Agora considerado testemunha chave do assassinato pela Justiça, Aguirre disse ter visto uma pessoa da União Ferroviária "disparando a queima-roupa", e não descartou que houvesse mais pessoas armadas no grupo de choque.

 

"Foi uma emboscada clara. O que disparou não tinha roupa de ferroviário, mas estava vestido de civil", disse Aguirre em declarações à televisão local.

 

Os principais partidos oposicionistas e organizações estudantis e de desempregados responsabilizam o governo de Cristina Kirchner pelo assassinato, acusado por eles de incentivar a "burocracia estatal".

 

O Partido Obrero, entretanto, afirmou que a polícia permitiu que "patotas" (grupos de choque) do sindicato ferroviário atacassem a tiros ativistas da legenda que protestavam contra demissões e salários baixos.

 

Em dois atos políticos, Cristina Kirchner acusou "alguns setores" que não identificou pelos atos de violência, que "há muito tempo buscam um morto na Argentina".

 

A presidente acrescentou que o governo manterá sua "política de não reprimir" os protestos sociais.

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O líder do CTA, Hugo Yasky, pediu o fim da "cumplicidade entre grupos empresários e forças sindicais que atuam com grupos de choque".

 

Manifestantes bloqueiam a avenida Nove de Julho

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