Na despedida de Chávez, venezuelanos prometem manter a revolução

Dezenas de milhares de partidários em luto ficaram em filas que serpenteavam em torno da Academia Militar

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"Nós queremos ver o presidente, queremos estar lá para seus últimos momentos", disse Trinidad Nuñez, 40, em frente ao prédio onde o corpo de Chávez ficará até o funeral oficial na sexta-feira. "Cabe a nós continuar a revolução e fazer o que Chávez nos pediu para fazer: apoiar Maduro." O corpo de Chávez estava vestido com uniforme militar e a boina vermelha que ele usou em um discurso à nação em 1992 quando lançou a sua carreira política após um golpe fracassado. ELEIÇÃO MADURO X CAPRILES Ainda há incerteza sobre exatamente quando será realizada uma eleição no país-membro da Opep com as maiores reservas mundiais de petróleo. Embora a constituição estipule que uma nova eleição presidencial deve ser realizada dentro de 30 dias, os políticos dizem que as autoridades eleitorais podem não estar prontas a tempo e há rumores de um possível atraso além disso. Maduro, 50 anos, um ex-líder sindical que terminou a sua formação no ensino médio antes de mergulhar na política, parece certo para enfrentar o líder da oposição Henrique Capriles, 40 anos, o governador centrista do Estado de Miranda que perdeu para Chávez na eleição do ano passado. Fontes da oposição disseram à Reuters na quarta-feira que concordaram em apoiar novamente Capriles, cujo resultado de 44% dos votos em 2012 foi o melhor desempenho de qualquer candidato contra Chávez. Uma recente pesquisa de opinião apontou Maduro com uma forte liderança e os mercados internacionais e diplomatas estrangeiros consideram uma vitória provável para ele, ou seja, uma continuação das políticas "chavistas", pelo menos no curto prazo. Maduro, que não tem a retórica fervorosa de Chávez, foi seu ministro das Relações Exteriores durante seis anos antes de ser nomeado vice-presidente no final de 2012. Ele se comprometeu a aderir à marca de Chávez de políticas ferozmente nacionalistas e políticas econômicas controversas que incluíram ataques regulares a empresas privadas, bem como programas sociais muito populares.

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