31 de agosto de 2010 | 21h04
SANTIAGO- Os especialistas da Nasa que chegaram neste terça-feira, 31, ao Chile para assessorar as autoridades locais no caso dos 33 operários soterrados em uma mina no norte do país recomendaram que haja honestidade sobre os prazos do resgate e desaconselharam o fornecimento de álcool a eles.
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"Em uma circunstância de incerteza como a que nos encontramos é importante não dar falsas esperanças", disse o subchefe médico da Nasa, James Michael Duncan, em entrevista coletiva no Ministério de Minas chileno.
Duncan ressaltou que é preciso ser "honesto" com os mineradores, que estão presos a quase 700 metros de profundidade desde 5 de agosto e cuja espera pelo resgate pode durar entre três e quatro meses.
Os integrantes da equipe da Nasa chegaram hoje a Santiago após terem oferecido colaborar com as autoridades chilenas por sua experiência no tratamento de pessoas que devem permanecer períodos prolongados em ambientes inadequados e em condições de isolamento.
Drama
Os mineiros estão presos em um refúgio a 688 metros da superfície após o colapso na mina. Os 33 sobreviveram por 19 dias com uma dieta racionada de duas colheres de atum enlatado, um gole de leite e meio biscoito a cada 48 horas.
O único canal de comunicação com o exterior tem 15 centímetros de diâmetro. É por lá que as equipes de resgate começaram a enviar soro e rações de proteína e glicose, semelhantes às consumidas por astronautas. Dentro da mina, os mineiros contam com acesso à água e canais de ventilação.
O resgate será feito por uma perfuradora que abrirá caminho no solo. Andres Sougarret, chefe da operação, afirmou que o período para abrir um túnel largo o bastante para a passagem segura dos homens pode levar até quatro meses.
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