O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) informou nesta terça-feira, 21, que o furacão Dean perdeu intensidade durante sua passagem pela península de Yucatán, no México, e tornou-se uma tempestade de categoria 1, com ventos sustentados de até 137 quilômetros por hora. Veja Também O rastro do furacão Dean Dean chega ao México com força máxima Furacão provoca retirada de 18 mil no México Dean adia eleições na Jamaica Na madrugada de terça-feira, o fenômeno meteorológico atingiu a região mexicana de Yucatán como furacão de categoria 5, e já é a mais intensa tempestade formada no Atlântico a atingir a terra em duas décadas. Ainda assim, a passagem do Dean pela península mexicana foi menos destrutiva do que se previa: o furacão tocou a terra em uma área pouco habitada, cuja população já havia sido retirada, e passou longe dos principais balneários turísticos da região. Na cidade de Cancún, a sensação entre os turistas era de alívio, já que o clima parecia mais de um dia chuvoso do que de uma tempestade de grandes proporções. No entanto, como as áreas afetadas pelos ventos mais fortes são pobres e remotas, ainda levará algumas horas para que se saiba a extensão da destruição. Apesar da diminuição da força do fenômeno - que de categoria 5 passou para 3, depois para 2 e, finalmente, para 1 -, meteorologistas alertaram a população e as autoridades mexicanas a manterem as precauções, pois, segundo eles, o furacão continua perigoso. Segundo especialistas do NHC, a tempestade pode voltar a ganhar força quando atingir as águas mornas da Baia de Campeche, na costa oeste da península de Yucatán, mas não deve voltar a categoria 5. Destruição O Dean atingiu a categoria 5 na segunda-feira, ao tocar a costa mexicana perto da Costa Maya, um porto de navios de cruzeiro perto da fronteira com Belize. O furacão já matou 11 pessoas em sua passagem por ilhas do Caribe. Chetumal, cidade com 150 mil habitantes perto do local em que a tempestade chegou nesta terça, ficou sem energia devido à queda de postes e árvores, provocada pelos ventos constantes de 265 Km/h, com rajadas de até 320 Km/h. O estacionamento no subsolo de um hotel ficou repleto de hóspedes da cidade, devastada em 1955 pelo furacão Janet. Segundo o NHC, este foi o primeiro furacão da categoria 5 a atingir a terra firme na bacia do Atlântico desde o Andrew, em 1992. O Centro de Furacões prevê que o Dean continuará perdendo força, mas ainda deve ser um furacão ao sair da terra e entrar na baía de Campeche, onde a Pemex (estatal mexicana de petróleo) desativou todos os seus 407 poços de gás e petróleo, o que significa uma perda de produção de 2,65 milhões de barris de petróleo bruto por dia. Fortes chuvas atingiram também Belize, uma ex-colônia britânica com cerca de 250 mil habitantes e uma famosa barreira de corais. Fenômeno raro Furacões da categoria 5 são raros, mas em 2005 houve quatro deles, inclusive o Katrina, que devastou Nova Orleans. O aumento nas tempestades nos últimos anos dá força à tese de que o aquecimento global provocado pela atividade humana está contribuindo com a formação de fortes tempestades tropicais. Cancún e outros balneários foram devastados em 2005 pelo furacão Wilma, que destruiu praias, matou sete pessoas e deixou prejuízos de 2,6 bilhões de dólares. O Dean passou raspando pela Jamaica no fim de semana, e mesmo assim os ventos e chuvas causaram deslizamentos e quedas de árvores e postes, além de duas mortes. Desde que surgiu, a tempestade já matou 11 pessoas no Caribe, sendo quatro no Haiti. Moradores de áreas pobres normalmente são os mais afetados pelos furacões. O presidente mexicano, Felipe Calderón, deve abreviar sua visita ao Canadá, onde participa de uma cúpula, para acompanhar os trabalhos de emergência.