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Obama mantém 'intromissões' na América Latina, diz Cuba

Jornal oficial afirma que presidente tentou, mas não conseguiu mudar política de Bush; 'Honduras confirma isso'

Por Efe
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é "continuador" da política de seu antecessor, George W. Bush, de intromissões na América Latina, afirmou nesta sexta-feira, 31, o jornal oficial cubano Granma, ao criticar sua posição diante da crise em Honduras e sua suposta expansão militar na região. O Granma, porta-voz do governante Partido Comunista, afirma que Obama "pretendeu tomar distância de seu antecessor nos vínculos com a América Latina", durante a Cúpula das Américas, em abril, mas "os últimos passos mostram que seu governo é continuador da política de intervenção de Bush."

 

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"O golpe de Estado em Honduras confirma isso. Washington manteve uma via dupla que, na prática, serve para os golpistas ganharem tempo, sobretudo para reprimir e tentar dobrar a resistência das organizações populares", afirma o jornal em um artigo intitulado "A Casa Branca mantém sua exalação bushista."

 

Afirma também que "a posição ambivalente da Casa Branca encoraja as autoridades 'de fato'" que expulsaram o presidente Manuel Zelaya de Honduras há um mês e aponta que o país "parecesse não estar no mapa para Obama."

 

O Granma disse que entre a Casa Branca e a direita americana "as diferenças parecem somente políticas, quando se trata de reverter o processo de mudanças na América Latina". Segundo o jornal, os dois atacam a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), formada pela Venezuela, Nicarágua, Honduras, Bolívia, Cuba, Equador e ilhas do Caribe.

 

Além disso, ressalta que Obama "levará a um nível superior o Plano Colômbia de Bush", para expandir a presença militar de Washington no país, o que qualifica de "estrutura militar e de espionagem", com os alvos postos nos governos de Caracas e de Quito.

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O Granma detalha ainda alguns "sinais" de Washington que, em sua opinião, deixam clara sua "hostilidade" sobre o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Para o jornal, a Casa Branca "elevou o nível" de uma visita de dirigentes da oposição venezuelana a Washington, liderados pelo prefeito de Caracas, Antonio Ledezma.

 

Também lembrou que, após o golpe em Honduras, a secretária de Estado, Hillary Clinton, concedeu uma entrevista em seu escritório ao canal venezuelano Globovisión, dizendo que teve "uma ativa participação no golpe de Estado em abril de 2002 e na greve petroleira contra o presidente Chávez". "Washington sabe bem disso e Hillary parece não esconder sua simpatia papel desestabilizador que esse meio golpista desempenha contra o governo de Chávez", acrescentou o Granma.

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