
09 de março de 2008 | 18h00
O secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, iniciou neste domingo, 9, em Quito uma missão diplomática para esclarecer o conflito entre Equador e Colômbia e estabelecer mecanismos que evitem que esses países entrem em confronto pelo controle da fronteira. A chegada do chefe da OEA ocorre num momento em que a região ainda sente os efeitos de um conflito decorrente da incursão colombiana em território equatoriano em uma ação contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), na qual foi assassinado o número 2 da guerrilha, Raúl Reyes. VEJA TAMBÉM Farc podem ter financiado campanha de Correa no Equador Exército colombiano anuncia morte de três rebeldes Correa diz que não está preparado para 'reatar' com a Colômbia Presidentes trocam farpas no Grupo do Rio, mas selam acordo Dê sua opinião sobre o conflito Por dentro das Farc Entenda a crise Histórico dos conflitos armados na região 'É possível que as Farc se desarticulem' Embaixador brasileiro Osmar Chohfi comenta decisão da OEA Após o incidente, o Equador rompeu relações com a Colômbia e à briga se somaram a Venezuela, que fez o mesmo, e a Nicarágua, que também suspendeu laços diplomáticos. Além disso, Equador e Venezuela reforçaram o contingente militar nas fronteiras colombianas. O impasse, no entanto, foi resolvido na sexta-feira, durante cúpula do Grupo do Rio, em Santo Domingo. O objetivo da delegação da OEA, integrada por dez membros da OEA, entre eles embaixadores do Brasil, Bahamas, Peru, Panamá e Argentina, é obter informações sobre a incursão militar colombiana no território equatoriano no dia 1º de março. "O primeiro passo é esclarecer os fatos que ainda não estão claros", disse Insulza, depois de uma reunião com o presidente equatoriano, Rafael Correa. "O segundo (passo) é propor mecanismos necessários não somente para uma melhor relação entre os países, mas também para que esses fatos não voltem a ocorrer", acrescentou a jornalistas no Palácio de Carondelet. O Equador considerou o ataque militar uma "agressão" e pediu à comunidade internacional que condenasse a Colômbia pela "violação a seu território e soberania". Apesar de a crise ter sido superada, a missão da OEA realizará a verificação dos fatos sobre o incidente. A Colômbia divulgou neste domingo, 9, por exemplo, que as Farc poderiam ter financiado a campanha de Rafael Correa no Equador - algo ainda a ser confirmado. A delegação da OEA viaja nesta segunda-feira, 10, à Província amazônica equatoriana de Sucumbíos, onde foi realizada a operação em que o acampamento das Farc foi bombardeado e resultou na morte de 24 pessoas, além de Reyes. Posteriormente, Insulza visitará a Colômbia. A missão da OEA deverá apresentar um relatório à Reunião de Consulta de Chanceleres da entidade, marcada para dia 17 de março.
Encontrou algum erro? Entre em contato