ONU anuncia queda na produção de cocaína da Colômbia

Na Bolívia e no Peru, entretanto, cultura da planta cresceu 6% e 4,5% respectivamente

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Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) revelou, nesta sexta-feira, 20, que a área de cultivo de folha de coca diminuiu 18 mil hectares na Colômbia de 2008 para o ano anterior. Já na Bolívia e no Peru, houve aumento de 6% e 4,5%, respectivamente.

 

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Entre 2007 e 2008, os cultivos de coca na Colômbia passaram de 99 mil hectares para 81 mil hectares, em uma "dramática redução que representa um retorno aos níveis de cultivos de coca reportados durante o período de 2004 a 2006", afirmou a UNODC, em seu tradicional informe anual sobre cultivos e produção de cocaína na região andina.

 

A redução de 18% nos cultivos da matéria-prima da cocaína na Colômbia foi atribuída em parte à erradicação manual de plantas, aproximadamente de 96.100 hectares, assegurou a agência das Nações Unidas.

 

O analista Adam Isacson, do Centro para Políticas Internacionais, sediado em Washington, indicou que, apesar disso, o governo colombiano não deveria "abrir uma champanhe". Desde outubro, quando começaram a quebrar uma série de esquemas financeiros fraudulentos, em zonas do sul do país onde se cultiva coca, os campesinos que perderam seus fundos nessas pirâmides financeiras começaram a replantar a coca em larga escala, afirmou o especialista.

 

Já na Bolívia, o cultivo cresceu 6%, enquanto no Peru o aumento foi de 4,5%, sustentou o escritório da ONU. Desde 2000, o cultivo cai na Colômbia e aumenta em Bolívia e Peru, disse Antonio Costa, diretor executivo da UNODC, em texto divulgado por seu escritório em Viena. Costa advertiu que Lima deve evitar "o regresso aos dias em que terroristas e insurgentes lucravam com as drogas e o crime", nos anos 1980 e 1990.

 

Cocaína

 

A UNODC assegurou que, na Colômbia, a produção de cocaína se reduziu em 28% entre 2007 e o ano passado, caindo de 600 toneladas anuais para 430 toneladas.

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Na Bolívia, houve aumento de 9% na produção da droga, enquanto o Peru registrou aumento de 4,1%. A estimativa do escritório é que a Bolívia produza 113 toneladas anuais de cocaína, e o Peru, outras 302 toneladas.

 

Julio Salazar, dirigente das seis federações de cocaleiros da Bolívia, disse que, na região do Chapare, centro do país, é obedecido o limite imposto pelo governo, de 1.640 metros quadrados de coca por produtor. Já em outras áreas, Salazar afirmou que não existe esse controle.

 

O informe da ONU destaca ainda que, apesar do aumento da produção, "o tráfico de drogas tem sido seriamente afetado" por grandes apreensões feitas dos três países andinos. Na Colômbia, foram apreendidas 200 toneladas de cocaína em 2008, um aumento de 57% em comparação com o ano anterior. Na Bolívia, foram apreendidas 7,2 toneladas, um aumento de 145%. Já no Peru, o aumento foi de 100%, com 16,2 toneladas apreendidas.

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