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Oposição da Venezuela exige dados sobre inflação

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Atualização:

A oposição da Venezuela acusou o governo de atrasar a publicação dos dados sobre a inflação de março por razões políticas e disse que a taxa anual alcançou alarmantes 60 por cento. O Banco Central deveria publicar o índice de preços ao consumidor nos primeiros 10 dias do mês, mas atrasos não são incomuns. A Venezuela possui a mais alta inflação das Américas, o que a oposição afirma ser evidência da falha do socialismo, enquanto o presidente Nicolás Maduro acusa os opositores de sabotagem, acumulação de bens e condução de uma "guerra" econômica contra ele. "Os diretores do Banco Central violaram suas próprias normas... isso é inaceitável", disse a coalizão de oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD) no final de semana, demandando a imediata publicação dos dados de março sobre inflação e escassez. "Grandes danos são causados à nação quando as autoridades monetárias escondem informação estatística." A coalizão disse ter informação de que o acumulado da inflação em 12 meses subiu de 57,3 por cento em fevereiro para 60 por cento em março. O líder de oposição Henrique Capriles, que em ocasiões anteriores já antecipou números exatos de inflação citando fontes suas no governo, disse pelo Twitter que a inflação de março foi superior a 4 por cento. "Isso é mais do que um ano (de inflação) em vários países da América Latina!", disse ele. O índice de escassez, que mede a falta de bens, bateu um novo recorde, acrescentou Capriles. Uma das principais demandas da oposição em um nascente diálogo com o governo, fruto de dois meses de protestos de rua, é maior transparência das finanças públicas. Uma segunda rodada de reuniões entre ambos os lados está marcada para terça-feira. Uma porta-voz do Banco Central disse nesta segunda não saber quando a inflação de março vai ser publicada. "Até agora, nós não temos informação sobre isso", disse ela. (Por Andrew Cawthorne)

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