Efe
CARACAS- A oposição venezuelana condenou nesta quinta-feira, 25, a prisão do presidente da Globovisión, Guillermo Zuloaga, acusado de ter insultado o governo do país e de ter divulgado informações falsas. Segundo os oposicionistas, a detenção não se ajusta à lei.
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A dirigente do partido Um Novo Tempo, Delsa Solórzano, rechaçou a prisão de Zuloaga e afirmou que ela representa "um outro indicador de como as liberdades são violadas na Venezuela, sobretudo a liberdade de expressão".
Solórzano considerou, em um comunicado, que a prisão "não é mais que um abuso gerado pelos regimes militaristas, com o venezuelano, que pretende ocultar a perseguição política, a repressão e a violação dos direitos humanos".
"Sem dúvida estes atos do oficialismo demonstram que já sabem que são minoria e arremetem contra os democratas, para gerar um clima de desesperança com o objetivo de que os cidadãos não votem", argumentou a oposicionista, aludindo às eleições legislativas que ocorrerão no país em setembro.
Solórzano acrescentou que as acusações feitas contra Zuloaga ocorreram em Aruba, e não na Venezuela, e os juízes venezuelanos "só têm competência para atuar em ações ocorridas no território nacional".
A opositora também considerou que, "se o que o imputa é insulto, é um crime de ação privada, o que significa que o próprio presidente da República teria que denunciar e fazer uma queixa privada contra Zuloaga".
A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, disse nesta quinta que o presidente da Globovisión está sendo investigado por haver responsabilizado Chávez de "mandar chumbo contra os venezuelanos".
A fiscal afirmou que o agora preso pronunciou estas palavras em alusão a acontecimentos ocorridos durante o golpe de Estado de 2002 contra Chávez, "em um cenário internacional", em referência a uma recente reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Aruba.
A organização também condenou a prisão de Zuloaga nesta quinta. O presidente da SIP, Alejandro Aguirre, lamentou o ato do governo venezuelano e o considerou "não só uma agressão contra a liberdade de opinião e contra Zuloaga, mas também contra a SIP e contra o direito do povo venezuelano a receber informação e a se expressar".