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Otimismo de candidatos marca segundo turno no Chile

Mais de oito milhões de chilenos votam hoje para eleger o novo presidente do País

Atualização:

Mais de oito milhões de chilenos votam hoje no segundo turno das eleições presidenciais em um domingo tranquilo e que deve chegar ao fim com resultados apertados.

 

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Os dois candidatos se mostraram otimistas. Após votar em Santiago, o direitista Sebastián Piñera disse que "vêm tempos melhores", enquanto o governista Eduardo Frei afirmou que vai ser "o sucessor da presidente (Michelle) Bachelet por vontade popular" logo depois de depositar sua cédula na cidade de La Unión, a cerca de 900 quilômetros ao sul da capital chilena.

 

Bachelet, que chega ao fim de seu mandato com uma aprovação popular de 81%, preferiu destacar que o Chile "demonstrará hoje mais uma vez sua capacidade democrática".

 

A presidente chilena anunciou que, assim que os resultados sejam divulgados, parabenizará o governante eleito e se reunirá com ele já nesta segunda-feira, cumprindo o que chamou de "tradição republicana" chilena. As 34.348 mesas de votação abriram às 7h locais (8h de Brasília) e estavam 100% instaladas quatro horas depois, informou o Ministério do Interior.

 

De acordo com a lei eleitoral chilena, as mesas devem funcionar durante nove horas contínuas. Depois, tem início a apuração, que é pública, com o presidente da mesa anunciando o voto de cada cédula.

 

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De acordo com o desenvolvimento das primeiras horas de votação, os primeiros números oficiais devem ser conhecidos por volta das 19h locais (20h de Brasília). O resultado final deve ser anunciado três horas depois.

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No primeiro turno, Sebastián Piñera recebeu 44,03% dos votos, contra 29,60% para Eduardo Frei.

 

Segundo as pesquisas mais recentes, o candidato governista chegou a este domingo quase empatado com seu adversário, que quer levar a direita chilena à primeira vitória eleitoral desde 1958.

 

O deputado direitista Ivan Moreira advertiu hoje após votar que se Piñera for eleito, terá que fazer "um Governo muito bom", pois em caso contrário a Concertação, coalizão atualmente no poder, voltará a vencer em 2014 e a direita "terá que esperar outros 50 anos" para ganhar uma eleição.

Um otimista Piñera prometeu "tempos melhores" após votar e previu "uma grande vitória".

 

"Comemoraremos como os democratas, com alegria, com unidade e com tranquilidade", disse o milionário investidor após deixar o local de votação, enquanto alguns de seus partidários se envolviam em uma discussão com eleitores de Frei.

Presidente chileno entre 1994 e 2000, Frei prometeu governar "para todos os chilenos" e se declarou representante "do mais profundo de nosso povo, da alma do Chile".

 

"Representamos a imensa maioria dos chilenos e, a partir de amanhã, todos os chilenos, porque serei presidente de todos os chilenos, dos que votaram por mim e dos que não votaram por mim", afirmou o candidato governista.

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Marco Enriquez-Ominami, o deputado que como candidato independente recebeu 20,13% dos votos no primeiro turno, votou em Frei, como tinha anunciado previamente, mas assegurou que qualquer que seja o ganhador, ele estará na oposição ao próximo Governo.

 

"Não vou negociar nada. Não serei parte de nenhum Governo. Serei oposição a ambos, porque ambos encarnam lógicas que não são as minhas", afirmou.

O candidato da esquerda sem representação parlamentar, Jorge Arrate, que recebeu 6,21% dos votos no primeiro turno, também estará na oposição. No entanto, Arrate admitiu ter votado em Frei.

 

Segundo Arrate, se o candidato da Concertação ganhar, haverá "melhores garantias" para a esquerda e "mais espaços democráticos", no país.

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