Países da Alba querem integração para enfrentar 'investida imperialista'

Grande parte dos discursos criticavam os ideais de soberania e rompimento com as 'cadeias' imperiais

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Atualização:

Os presidentes da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) falaram nesta segunda-feira,19, sobre a necessidade de acelerar os projetos de integração do grupo e reforçar a unidade para enfrentar a suposta investida imperialista contra eles.

 

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Os dirigentes dos países-membros da Aliança, Venezuela, Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, Antígua e Barbuda e Dominica, se reuniram na noite desta segunda em Caracas para realizar sua nona cúpula.

 

O encontro fez parte da comemoração do Bicentenário do início do processo de independência da Venezuela, por isso os líderes da Alba repetiram em seus discursos os ideais de soberania e falaram do rompimento definitivo das "cadeias" imperiais a que a boa parte da região ainda é submetida.

 

O governante venezuelano e anfitrião, Hugo Chávez, assegurou que a Aliança, criada em 2004 por seu Governo e o de Cuba, "é a alternativa" para conseguir a verdadeira independência.

 

"Por isso temos que cuidar dela (Alba), protegê-la e avançar" em seus planos e projetos, "na demora está o perigo, não podemos demorar!", expressou o líder da "revolução" bolivariana instalada na Venezuela há onze anos.

 

O presidente cubano, Raúl Castro, também destacou que a "única alternativa" para os povos caribenhos e latino-americanos "é se unir, lutar e vencer" as campanhas supostamente impulsionadas pelos Estados Unidos contra os Governos esquerdistas da região.

 

Raúl Castro e o governante da Bolívia, Evo Morales, além disso, falaram sobre a necessidade urgente de tomar medidas para frear a mudança climática, além do papel fundamental dos movimentos sociais do mundo para superar a crise ambiental.

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Evo afirmou que "a melhor bandeira de luta contra o capitalismo irresponsável é a defesa da mãe Terra", ao promover a conferência mundial sobre a mudança climática que começará nesta terça em seu país.

 

O presidente do Equador, Rafael Correa, concordou com Castro ao dizer que "alcançar uma pátria livre, digna, equitativa, pode parecer uma utopia", e os países da região só chegarão lá se estiverem "unidos, lutando". "A Alba é um instrumento de luta, de integração para construir uma América unida, altiva e soberana", acrescentou Correa.

 

Nesse mesmo sentido, falaram os primeiros-ministros de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonçalves; de Dominica, Roosevelt Skerryt; e de Antígua e Barbuda, Baldwin Spencer. Gonçalves disse que o Caribe é a zona do planeta com mais presença de colonialismo no mundo, e afirmou que "é preciso fazer algo a respeito".

 

Não se trata, explicou o primeiro-ministro, de "estar contra os britânicos, os franceses", mas sim fazer com que os caribenhos tenham a "oportunidade" de se desenvolverem em condições de igualdade.

 

Skerryt destacou que a Alba "é o movimento de integração de maior crescimento no mundo" e que sua administração "vai seguir firmemente" no grupo e "não cederá às pressões de nenhum país ou de nenhuma instituição" para que a abandone.

 

Ao concluir com seu discurso a reunião, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse que "esta discussão veio sendo formada a partir da pedra fundamental para a luta dos povos latino-americanos e do caribe, a Revolução cubana".

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