Os governos da Guatemala, El Salvador e Nicarágua suspenderam nesta segunda-feira, 29, temporariamente, o comércio através de suas fronteiras com Honduras, em uma ação de apoio ao presidente José Manuel Zelaya, deposto e expulso do país por militares. O chefe de Estado nicaraguense Daniel Ortega e o grupo CA4 (integrado pelos três países mais Honduras) leram um comunicado em que foi contemplado "como primeira medida o fim do comércio pelas fronteiras terrestres durante 48 horas."
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A resolução em apoio a Zelaya foi escrita por seus colegas de El Salvador, Mauricio Funes, da Guatemala, Álvaro Colom e Ortega, reunidos na capital nicaraguense para participar de uma cúpula do Sistema de Integração Centro-americano (SICA), que também deve abordar a crise política em Honduras.
Pouco antes, os países da Alternativa Bolivariana para os Povos das Américas (Alba) concordaram, por unanimidade, em retirar seus embaixadores de Honduras. A medida valerá até que Zelaya seja "restituído incondicionalmente."
Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Equador, Rafael Correa, Ortega e o ministro de Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, comunicaram em entrevista coletiva em Manágua que também decidiram não aceitar nenhum diplomata de Honduras em seus respectivos países.
A Alba é integrada por nove países da região, entre eles Venezuela, Equador, Bolívia, Nicarágua, Honduras, Cuba e outros do Caribe. Mais cedo, Brasil e Uruguai também asseguraram que não reconhecerão nenhum governo hondurenho que não seja o de Zelaya.