
17 de março de 2009 | 07h43
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A oposição acusa o presidente de tentar asfixiar economicamente governadores e prefeitos contrários a ele. Já o governo central alega que portos e aeroportos têm "importância estratégica" para a Venezuela e diz que a oposição usa o domínio sobre eles para isolar Chávez e desmontar seus programas sociais.
"A Carta venezuelana prevê um governo descentralizado, no qual governadores e prefeitos têm atribuições específicas", explicou o economista José Toro Hardy, ex-diretor da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA). "Ao tirar dos governantes locais esse controle, Chávez está centralizando o poder e dando as costas para a vontade das pessoas que elegeram esses líderes."
Segundo Toro Hardy, com a decisão, o presidente está tentando reverter o resultado do referendo constitucional de dezembro de 2007, quando 50,7% dos venezuelanos rejeitaram o projeto de reforma. "Por meio dessas emendas, Chávez está tentando mudar a Constituição aos poucos", disse o economista. "Assim, quase não há mais divisão de poderes no país e a democracia está morrendo."
Pressão aos opositores
Desde as eleições regionais de novembro, quando a oposição venceu em cinco Estados importantes e no município de Caracas, Chávez iniciou esforços para aumentar a centralização do poder na Venezuela. Grupos chavistas chegaram a ocupar prédios e fazer manobras políticas para tentar impedir que os opositores assumissem os postos conquistados nas eleições.
O presidente também passou a emitir uma série de decretos determinando a transferência do controle de hospitais, estádios e instituições policiais dos Estados governados pela oposição para os Ministérios da Saúde, Esportes e Interior, respectivamente. "O presidente aposta no fracasso dos governadores opositores e trabalha para que eles falhem", disse Noria. "Chávez não tem uma visão de totalidade e busca unificar o controle do país à força."
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