Paródia de Big Brother ironiza Kirchners

Opositores estão entre personagens do 'Gran Cuñado', que reúne imitadores do principais políticos

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Por Ariel Palácios
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Os políticos argentinos estão em estado de alerta. Desde segunda-feira, um terço dos argentinos está de olho no Gran Cuñado (Grande Cunhado), uma paródia do Big Brother que reúne imitadores dos principais políticos. Entre os 19 participantes estão os personagens do ex-presidente Néstor Kirchner e sua mulher, a presidente Cristina Kirchner, além de líderes opositores.O programa de estreia foi o primeiro colocado em audiência, com 36,8%. Kirchner foi caracterizado com seu olho direito estrábico e a voz esganiçada. O lançamento deu-se simultaneamente ao início da campanha para as eleições parlamentares de 28 de junho - "decisivas" para definir o mapa do poder na Argentina na segunda metade do mandato de Cristina. Kirchner é o primeiro da lista de candidatos a deputados do governo na Província de Buenos Aires, que concentra 38% do eleitorado.A paródia do casal presidencial levou - segundo informações extraoficiais da produtora Ideas del Sur e do Canal 13 - Kirchner a entrar em contato com os produtores para pedir que não levassem ao ar o personagem de Cristina.Outras informações indicam que, como vingança, o governo pôs a Receita Federal atrás de Marcelo Tinelli, apresentador do programa, dono da Ideas del Sur e astro da TV há 20 anos. O personagem de Kirchner entrou na casa do programa usando uma faixa presidencial, em alusão à percepção popular de que ele é o verdadeiro poder no governo. Além dos Kirchners, estão representados na paródia o prefeito opositor de Buenos Aires, Maurício Macri, a líder centro-esquerdista Elisa Carrió, o empresário e candidato a deputado Francisco De Narváez (principal opositor de Kirchner na Província de Buenos Aires). Na casa, os personagens terão de conviver nas próximas semanas em meio a discussões, gritaria e rasteiras políticas. Os telespectadores, por voto telefônico, definirão quem fica e quem sai da casa. Gran Cuñado teve sua primeira versão em 2001. Seu nome fazia alusão a Emir Yoma, problemático ex-cunhado do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999). Na época, o país estava envolvida numa crise política e econômica que o levou ao colapso em dezembro de 2001. O presidente Fernando De la Rúa (1999-2001) acusou o programa de "desestabilizar" seu governo, pois o mostrava como um líder sonolento e distraído.

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