
22 de abril de 2013 | 19h42
Cartes obteve 46 por cento dos votos, nove pontos acima de seu rival mais próximo, nas eleições gerais de domingo, que marcaram a volta ao poder do partido político que governou o país durante seis décadas até 2008.
O Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) informou nesta segunda-feira que o Partido Colorado obteve 19 assentos no Senado de 45 lugares, quatro a mais em relação à atual formação.
Na Câmara, de 80 deputados, os colorados alcançaram uma maioria simples, disse à Reuters o coordenador geral das eleições Kuis María Ljubetic, tomando como base os resultados preliminares oficiais do TSJE. Cálculos extraoficiais mostram que teria 44 assentos.
O partido teria ganhado também a maioria dos governos regionais.
Esse contexto daria ao rico empresário de 56 anos, que entrou na polícia há apenas quatro anos, certa autonomia.
"Todos queremos infraestrutura, aeroportos, portos, rodovias, hospitais, mas se temos esse número de pobres em uma gestão, é um fracasso. Meu grande compromisso é a pobreza", disse Cartes no domingo à rádio Ñandutí.
Mas sua agenda de reformas não ficou muito clara durante uma campanha marcada por acusações pessoais, nas quais seus rivais o acusaram de ter vínculos com o narcotráfico e lavagem de dinheiro, o que ele nega.
O Paraguai, produtor de matérias-primas, tem quase 40 por cento de sua população vivendo na pobreza, concentrada no setor rural e resultado de um processo de mecanização crescente durante as últimas duas décadas.
O novo Congresso, que iniciará seu mandato em 1 de julho, terá pela primeira vez a esquerda como terceira força e o ex-presidente Fernando Lugo como um de seus líderes.
(Reportagem adicional de Hilary Burke e Mariel Cristaldo)
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