CARACAS - A mulher do opositor venezuelano Leopoldo López, Lilian Tintori, visitou no domingo 7 seu marido na prisão onde ele cumpre pena de 14 anos, e afirmou que ele está em bom estado de saúde, após uma série de rumores que indicavam que ele havia sido levado para um hospital.
"Estou bem, estou vivo, estou forte", disse López a Lilian, uma mensagem repassada por ela aos jornalistas ao sair da prisão militar de Ramo Verde, situada nos arredores de Caracas. Ele estava há um mês sem poder receber visitas de parentes e advogados.
Além disso, ela confirmou que López realmente gravou o vídeo divulgado recentemente pela emissora estatal, mas ressaltou que a mensagem foi editada para omitir críticas do opositor pela situação de "isolamento" a qual foi submetido no último mês. "Consegui vê-lo finalmente graças ao protesto pacífico. Conseguimos entrar, e Leopoldo manda agradecer a todos os senhores por se preocuparem com ele", completou a mulher do opositor.
Segundo Lilian, a decisão que deixou López 35 dias sem visitas foi tomada pelo governo do presidente do país, Nicolás Maduro, para que ele não fosse informado sobre a onda de protestos que abala a Venezuela desde o dia 1º. de abril, e que já deixou 37 mortos.
"Eu lhe narrei tudo o que vivemos. Leopoldo não sabia de nada porque está isolado e estava impressionado com tudo o que lhe contei. Ele não está preso, foi sequestrado pelo governo", afirmou.
Lilian indicou que seu marido é gravado "o tempo todo" dentro do presídio. Em cada oportunidade que pode, ele revela nos vídeos que está "sendo castigado injustificadamente, que tem sido mantido isolado e que lhe tiraram as visitas".
Ela também pediu ao deputado governista Diosdado Cabello, um dos homens mais influentes do chavismo, que o último vídeo seja apresentado de forma completa, sem efeitos, para que os venezuelanos escutem a mensagem que López quer enviar.
Cabello mostrou na quarta-feira 3, em seu programa semanal na televisão, o vídeo no qual López aparece dizendo a data e o horário da gravação. Depois, garante que está bem.
López foi acusado de incitar violência durante um ato contra o governo em fevereiro de 2014. A manifestação deu início a uma onda de protestos no país que deixou 43 mortos e centenas de feridos. / EFE