Peru diz que corte de relações será 'erro gravíssimo' da Bolívia

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A Bolívia cometerá um "erro gravíssimo" se decidir romper relações com o Peru, como deixou entender o presidente boliviano Evo Morales ao reagir sobre o asilo dado por Lima a ex-funcionários bolivianos acusados de genocídio, disse nesta quinta-feira o primeiro-ministro peruano, Yehude Simon. Morales deixou a possibilidade aberta na quarta-feira após o governo de Alan García confirmar o asilo e refúgio a três funcionários que deverão ser julgados na Bolívia na próxima semana por um massacre e crimes econômicos. "Me parecerá um erro gravíssimo para a Bolívia romper relações com seu irmão. Peru e Bolívia são irmãos de pai e mãe", disse Simon a jornalistas após uma reunião com autoridades regionais. "Temos uma mesma identidade, temos uma mesma cultura e o pior que pode acontecer é que um irmão se retire", afirmou. O Peru manifestou que sua decisão de conceder asilo ou refúgio a quem considera ser perseguido político em seu país é "soberana". A crise foi iniciada no domingo, quando o presidente da Bolívia classificou como "provocação" a decisão peruana de dar asilo aos três ex-funcionários e afirmar que o Peru não deveria se transformar em "centro de delinquentes". O governo de Lima respondeu com o envio de uma nota de protesto "muito séria", em mais um capítulo das recentes divergências entre os presidentes Morales e García. "Pediria ao presidente Morales que retire as declarações, que mantenhamos a relação histórica que temos tido, o respeitamos como presidente da Bolívia e que ele respeite as leis do Peru", disse Simon. (Reportagem de Marco Aquino)

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