07 de julho de 2009 | 20h30
O presidente peruano, prestes a cumprir três dos seus cinco anos de mandato, manteve reserva sobre quem fará parte da nova equipe de ministros e disse que as versões sobre a eventual permanência do atual primeiro-ministro até o fim do ano são "rumores".
Na semana passada, o chefe de gabinete do governo, Yehude Simon, adiantou que sua renuncia é irrevogável.
"Posso dizer que no fim de semana teremos novo gabinete (...) isso significa um novo premier, evidentemente", disse García a jornalistas, ao ser consultado sobre quando formaria a nova equipe de governo, depois de inaugurar um centro público de saúde, nos arredores de Lima.
García fez o anúncio no primeiro dia de protestos organizados por grupos indígenas que reivindicam o cancelamento de mais leis de investimentos na Amazônia, alegando que afetam seus territórios ricos em recursos naturais.
A manifestação de terça-feira, a primeira de três dias de protestos, não foi tão grande como a do início de junho, quando García enfrentou a pior manifestação da parte de nativos da Amazônia.
Em algumas áreas de Lima e do interior do país havia forte presença policial e militar para vigiar as estradas.
Para pôr fim ao conflito de junho o governo cedeu, eliminando as polêmicas leis aprovadas em 2008, como parte de um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
O governo peruano está sob pressão da oposição por causa dos protestos sociais, que custaram a García a perda de 9 pontos porcentuais nas pesquisas sobre aprovação de sua gestão, passando a ter apenas 21 por cento, segundo as sondagens.
Analistas afirmam que, ao renovar o gabinete, García deve manter seu principal ministro, Luis Carranza, titular da pasta de Economia e Finanças, apesar das perspectivas sombrias causadas pelos efeitos da crise mundial.
"Ele tem de formar um gabinete que lhe dê muito mais oxigênio e maior capacidade de diálogo com a população", disse à Reuters o analista político e professor da universidade privada peruana La Católica Germán Muñoz.
"Se fizer o contrário, vai ter mais dificuldades", acrescentou.
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