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Pesquisa prevê vitória apertada da oposição em eleição no Chile

Atualização:

O candidato do governo à Presidência, Eduardo Frei, recebeu nesta quarta-feira um importante apoio para o disputado segundo turno no Chile no domingo, embora uma pesquisa tenha antecipado que ele deve ser derrotado por estreita margem pelo multimilionário de direita Sebastián Piñera. O Chile tem sido governado há décadas pelo bloco de centro-esquerda Concertación, que enfrenta sua mais difícil eleição desde o retorno à democracia em 1990. Piñera poderá se tornar o primeiro presidente de direita eleito em meio século. Uma projeção do instituto de pesquisas Mori, divulgada nesta quarta-feira, a última antes da votação, indicou que Piñera deve obter 50,9 por cento dos votos, enquanto Frei ficaria com 49,1 por cento. "Piñera tem uma vantagem com mais possibilidades de se manter do que de se anular", disse Marta Lagos, diretora do Mori, numa entrevista coletiva. A projeção foi feita com base numa pesquisa com margem de erro de 3 por cento. Pouco depois de tomar conhecimento dos resultados da sondagem, o ex-candidato independente Marco Enríquez-Ominami, que chegou em terceiro no primeiro turno na eleição de 13 de dezembro, anunciou que votará em Frei. "Diante dessa conjuntura histórica, ante a incerteza de que a direita pode chegar a impedir a marcha do Chile para o futuro, é de minha responsabilidade contribuir no que puder para que isso não ocorra", disse Enríquez-Ominami ao anunciar seu apoio a Frei. No entanto, Enríquez-Ominami deixou em "liberdade de ação" os que o apoiaram em dezembro e os analistas disseram que seu apoio a Frei pode ter chegado muito tarde para o bloco governista que derrotou o ex-ditador Augusto Pinochet. Nas últimas semanas, a coalizão oficial fez uma série de gestos ao ex-candidato para conseguir respaldo a Frei, democrata cristão que governou o país entre 1994 e 2000. Segundo o Mori, Frei teria de conseguir o apoio de cerca de 125 mil pessoas nos dias que faltam para a eleição para anular a vantagem de Piñera, dono de uma fortuna de aproximadamente 1 bilhão de dólares, segundo a Forbes. (Reportagem de Rodrigo Martínez e Juana Casas)

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