O candidato direitista à presidência do Chile, Sebastián Piñera, acusou o governo da presidente Michelle Bachelet nesta sexta-feira, 15, de intervir "abusivamente" na campanha política ao apoiar o candidato governista, o ex-mandatário Eduardo Frei, segundo a agência AFP.
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"É abusivo o que o governo fez. Usou e abusou de recursos públicos, usou e abusou das instituições públicas, usou e abusou inclusive dos funcionários públicos", disparou Piñera em uma entrevista à Rádio Corporativa.
Na quinta-feira, Bachelet disse que votaria em Frei por considerá-lo uma pessoa "honesta", já que quando foi presidente, em 1994, soube separar negócios e política, o que foi visto como uma clara mensagem crítica contra Piñera, um multimilionário com interesses em vários setores da economia chilena.
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A declaração de Bachelet foi a última de uma série destinada a apoiar Frei, derrotado por Piñera no primeiro turno de 13 de dezembro por 44% a 30% dos votos.
Piñera, dono de uma fortuna de US$ 1,2 bilhão, reiterou seu compromisso de vender algumas de suas empresas caso se torne o presidente e chamou o governo de "mal intencionado" por repetir acusações sobre a incompatibilidade entre seus papeis de empresário e político.
Ironizando o fato de que os membros da coalizão governista de esquerda Concertación levam anos para sair do poder, Piñera Dise que "lhes faria muito bem, depois de 20 anos, viver a vida da forma normal e corrente que vivem milhões de chilenos. Não é tão ruim levantar cedo, trabalhar de forma honesta, ganhar a vida e seguir adiante com sua família".
O ministro do interior, Edmundo Pérez Yoa, rejeitou as acusações. "O que se tem pretendido é imobilizar o governo, imobilizar a presidente para que não possamos expressas nossas opiniões, mas nós somos atores políticos e assim continuaremos", disse.
O segundo turno das eleições no Chile ocorre neste domingo. O candidato independente Enríquez-Ominami anunciou apoio a Frei no segundo turno e a diferença entre o candidato governista e Piñera caiu drasticamente.