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Polícia prende 350 em protesto contra economia no Chile

Senador governista que participava dos protestos ficou ferido; Bachelet mostrou irritação com falta de lealdade

Por Associated Press
Atualização:

Utilizando gás lacrimogêneo, canhões d'água e cassetetes, a polícia conteve nesta quarta-feira, 29, manifestantes em Santiago participando de um protesto nacional por mudanças nas políticas econômica e social no Chile. Autoridades disseram que 350 pessoas foram detidas, mas os confrontos continuavam em várias cidades chilenas. Imagens de tevê mostraram o senador Alejandro Navarro, do Partido Socialista, da presidente Michelle Bachelet, sangrando na cabeça depois de ter sido atingido com um cassetete por um policial. O vice-ministro do Interior Felipe Harboe disse que o incidente seria investigado. Navarro, que foi atendido num hospital próximo, apóia o protesto convocado pela maior central sindical do país contra políticas econômicas de livre mercado e a falta de políticas sociais mais abrangentes. Navarro levou um golpe de cassetete de ferro na cabeça, aplicado por um policial. O governo de Bachelet "está fazendo coisas muito erradas", opinou o líder sindical Arturo Martinez, presidente da Central Unitária de Trabalhadores (CUT), outro membro do Partido Socialista. O foco dos protestos em Santiago foi a Praça Itália, onde 2,000 pessoas se concentraram. O governo de centro-esquerda de Bachelet tem mantido um modelo econômico neoliberal, que incluiu acordos de livre comércio com os Estados Unidos. Os organizadores do protesto pedem aposentadorias mais altas e mais investimentos em educação, saúde e moradia. A polícia tentou impedir passeatas até o centro de Santiago, mas os manifestantes bloquearam o trânsito em importantes cruzamentos. Foi quando a polícia fez a intervenção e começou a violência. A presidente Bachelet parece estar particularmente irritada com membros de sua coalizão que apóiam os protestos. "Não vou aceitar que minha dedicação à justiça social não seja reconhecida", disse ela na noite de ontem. O líder sindical Martínez ressaltou que o protesto "é o rechaço ao modelo neoliberal" e ocorre em um momento no qual a economia chilena cresce 6%, com baixo desemprego e um forte superávit nas contas do governo, por causa das exportações recordes de cobre. Atualizado às 17h53.

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