29 de janeiro de 2010 | 22h25
Depois de 22 dias de impasse, o economista Martín Redrado renunciou nesta sexta-feira, 29, ao cargo de presidente do Banco Central da Argentina. "Cumpri com a Carta Orgânica do BC e com a o dever de funcionário publico. Decidi me afastar definitivamente da presidência do Banco Central, com a satisfação do dever cumprido", disse Redrado em entrevista coletiva à imprensa, na noite desta sexta-feira, em Buenos Aires.
Redrado foi destituído do cargo no dia 7 de janeiro, por decreto, depois de ter desobedecido ao decreto da presidente Cristina Kirchner, que criou o Fundo do Bicentenário, formado por US$ 6,6 bilhões das reservas internacionais, destinado ao pagamento dos vencimentos da dívida pública em 2010. O economista recorreu à Justiça, que suspendeu, em primeira e segunda instâncias, o decreto de exoneração.
"Chegamos a este conflito por causa do permanente avassalamento das instituições por parte do Poder Executivo", argumentou Redrado. Ele acusou o governo Kirchner de querer usar as reservas internacionais por diferentes motivos, os quais representavam os interesses dos argentinos. "Chegamos a esta situação porque coloquei limites ao avassalamento do governo sobre as reservas. E não foi a primeira vez que coloquei limites. Durante muitos anos tentaram fazer coisas distintas com as reservas, como comprar ações da YPF ou pagar ao Clube de Paris", afirmou Redrado.
O economista ressaltou que cumpriu as etapas constitucionais e o dever institucional como presidente da autoridade monetária nos últimos cinco anos e quatro meses de mandato. Na próxima terça-feira, a comissão especial do Congresso vai emitir um parecer sobre a exoneração de Redrado.
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