Protesto de garimpeiros deixa 3 mortos e 32 feridos no Peru

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Pelo menos três pessoas morreram e 32 ficaram feridas na quarta-feira durante um confronto entre policiais e garimpeiros no Peru, num golpe para os esforços do presidente Ollanta Humala para controlar os numerosos conflitos sociais no país. Os garimpeiros da região amazônica de Madre de Dios, na fronteira com o Acre e a Bolívia, há dias reivindicam que o governo revogue recentes decretos que proíbem a mineração informal na área, prática que, segundo especialistas, está poluindo a floresta. "Há três falecidos, um trabalhador do mercado e dois mineiros, segundo o último relatório", disse à Reuters o representante da Defensoria do Povo de Madre de Dios, Guimo Loaiza, sem dar mais detalhes. Antes, ele havia relatado que uma pessoa morrera baleada durante o confronto. O Peru registra mais de 200 conflitos sociais latentes, principalmente relacionados a projetos energéticos e de mineração. Cerca de cem pessoas morreram em confrontos desse tipo durante o governo do conservador Alan García, antecessor de Humala. Desde a posse do atual presidente, em junho, uma morte havia sido registrada nessas circunstâncias. A mineração é uma das principais atividades econômicas do Peru, segundo maior produtor mundial de cobre e zinco, e sexto maior de ouro. "Por culpa do governo estamos reclamando (...), porque os decretos nos satanizam e nos criminalizam, aqui já não existimos os informais, agora somos todos ilegais", disse Juan Luna, dirigente dos garimpeiros de Madre de Dios. "Se o decreto não for revogado, vamos continuar em pé de luta, e vamos dar nossas vidas se for necessário", disse Luna, estimando que cerca de 40 mil pessoas sobrevivam graças à mineração informal na região do conflito. (Reportagem de Enrique Mandujano, Omar Mariluz e Teresa Céspedes)

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