
14 de março de 2012 | 22h11
Os garimpeiros da região amazônica de Madre de Dios, na fronteira com o Acre e a Bolívia, há dias reivindicam que o governo revogue recentes decretos que proíbem a mineração informal na área, prática que, segundo especialistas, está poluindo a floresta.
"Há três falecidos, um trabalhador do mercado e dois mineiros, segundo o último relatório", disse à Reuters o representante da Defensoria do Povo de Madre de Dios, Guimo Loaiza, sem dar mais detalhes.
Antes, ele havia relatado que uma pessoa morrera baleada durante o confronto.
O Peru registra mais de 200 conflitos sociais latentes, principalmente relacionados a projetos energéticos e de mineração. Cerca de cem pessoas morreram em confrontos desse tipo durante o governo do conservador Alan García, antecessor de Humala. Desde a posse do atual presidente, em junho, uma morte havia sido registrada nessas circunstâncias.
A mineração é uma das principais atividades econômicas do Peru, segundo maior produtor mundial de cobre e zinco, e sexto maior de ouro.
"Por culpa do governo estamos reclamando (...), porque os decretos nos satanizam e nos criminalizam, aqui já não existimos os informais, agora somos todos ilegais", disse Juan Luna, dirigente dos garimpeiros de Madre de Dios.
"Se o decreto não for revogado, vamos continuar em pé de luta, e vamos dar nossas vidas se for necessário", disse Luna, estimando que cerca de 40 mil pessoas sobrevivam graças à mineração informal na região do conflito.
(Reportagem de Enrique Mandujano, Omar Mariluz e Teresa Céspedes)
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