28 de janeiro de 2010 | 09h23
SÃO PAULO - O ministro de Comércio Exterior e Turismo do Peru, Martín Pérez, afirmou na quarta-feira, 27, que foram retirados 595 turistas que estão presos em Aguas Calientes, um povoado perto das ruínas incas de Machu Picchu, informa o jornal El Comercio em seu site. "Hoje (quarta) tivemos um excelente resultado, pudemos realizar 36 voos de evacuação com 595 turistas", afirmou Pérez à agência Andina.
O ministro previu que, nesta quinta-feira, 28, caso as condições climáticas permitam, o número de pessoas retiradas da zona isolada pode chegar a 800 ou mesmo mil pessoas. A zona está isolada por via terrestre, após fortes chuvas interromperem a ligação ferroviária, única opção geralmente disponível para os turistas.
Pérez informou, segundo o El Comercio, que chegaram mais dois helicópteros para ajudar na retirada, elevando o total dessas aeronaves para 13. Em nota da quarta-feira, o Itamaraty afirmou que havia "cerca de 180 brasileiros" isolados na área, no sul do Peru.
O ministro peruano disse que, dos 1.900 turistas que estavam inicialmente presos, restam agora 800. Essa cifra, porém, deve subir com a chegada de 670 turistas que ficaram presos no chamado Caminho Inca, que leva a Machu Picchu, em dias anteriores. Pérez disse ainda que estão sendo levados nos helicópteros mantimentos para as pessoas presas. Segundo ele, "todos os helicópteros saem com água e comida e retornam com passageiros".
Pelo menos sete pessoas morreram por causa das fortes chuvas no Peru. Somente na região de Cuzco, o governo peruano já confirmou cinco mortes.
Um turista chileno, Fernando Celis, afirmou no início da semana ao jornal El Mercurio que alguns turistas estavam subornando guias, para que deixassem primeiro o local. O primeiro-ministro peruano, Javier Velásquez Quesquén, rechaçou na quarta-feira que haja qualquer preferência. Segundo ele, apenas estão sendo retirados primeiro os idosos, crianças e mulheres, sejam peruanos ou estrangeiros.
Uma turista argentina, Adriana Spina, afirmou na quarta-feira ao El Comercio que a situação no local é crítica. "Estamos desde a quinta-feira (passada) sem comida, só nos dão água, estamos desesperados", afirmou ela. "Tudo subiu de preço e (meu marido) já não tem dinheiro, porque não funciona o cartão de crédito", relatou ela, que já deixou o local, onde seu marido permanecia.
Machu Picchu é um dos destinos turísticos mais populares na América Latina, recebendo mais de 400 mil visitantes por ano. A fortaleza inca do século 15 está localizada em uma alta montanha, 70 quilômetros distante de Cuzco. A ferrovia que transporta os turistas ao local está coberta de lama.
Imagem feita por brasileiros no Peru mostram ferrovia danificada. Foto: Felipe Mortara/FotoRepórter/AE
Rio está quase trasbordando em Aguas Calientes. Foto: Felipe Mortara/FotoRepórter/AE
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