Rebeldes das Farc negam 'crise' em negociações de paz

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Os rebeldes colombianos das Farc disseram nesta segunda-feira que as negociações de paz com o governo não estavam em crise e seguiam firmes, mesmo em meio a uma recente escalada no conflito. As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disseram em comunicado que o "mal-intencionado" rumor de que as negociações em Cuba tinham atingido níveis de crise eram "criações virtuais" da mídia e de elementos de centro-direita que buscavam dificultar o processo. "As conversas à mesa estão seguindo em modo normal, ninguém se levantou ou ameaçou ir embora oficialmente", disse a liderança das Farc. "Pelo contrário, os dois lados estão trabalhando para encontrar uma aproximação na questão agrária, com uma urgência para chegar a acordos significativos que representem avanços em direção ao fim do conflito e a obtenção da paz." Numa atmosfera tensa, negociadores das Farc e do governo buscaram chegar a um acordo na semana passada sobre o desenvolvimento rural, a primeira parte de uma agenda de cinco pontos para buscar um fim a meio século de conflito. As Farc dizem querer uma melhor distribuição de terras na Colômbia, que, segundo alegam, estão concentradas nas mãos de poucos. Os dois lados trocavam farpas enquanto as lutas se intensificavam na Colômbia, matando dezenas de guerrilheiros e funcionários da área de segurança, e na semana passada os rebeldes sequestraram três membros das Forças Armadas e três trabalhadores de empresas de petróleo. Os ataques apoiados pelos Estados Unidos contra as Farc na última década enfraqueceram bastante os rebeldes e limitaram a capacidade deles de atacar as forças econômicas do país, ajudando a atrair bilhões de dólares em investimentos estrangeiros. Mas a violência crescente demonstra que, embora estejam enfraquecidas, as Farc continuam uma força formidável. Os sequestros enfureceram os colombianos, que esperavam que o processo de paz significasse o fim do medo de viajar e trabalhar em partes remotas da nação andina. No sábado, os rebeldes disseram que iriam libertar dois policiais e um soldado, em uma medida que poderia ajudar a amenizar a tensão em Havana e reconstruir a confiança nas negociações. Os trabalhadores de petróleo já tinham sido libertados. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que quer um acordo até novembro, mas as Farc rejeitam um cronograma e prometeram permanecer na mesa até que o conflito seja solucionado. (Reportagem de Helen Murphy)

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