PUBLICIDADE

Recuperação econômica do Chile terá pausa por causa de terremoto

Por ANTONIO DE LA JARA E RODRIGO MARTÍNEZ
Atualização:

O Chile divulgou dados sobre a inflação e a balança comercial de fevereiro que mostraram uma economia que se recuperava com força antes do terremoto e que voltará a crescer no segundo semestre, após uma pausa por causa do sismo. A região centro-sul do Chile foi sacodida pelo terremoto de magnitude 8,8 na madrugada do dia 27 de fevereiro, deixando ao menos 497 mortos identificados e danos materiais estimados em 30 bilhões de dólares. O terremoto surpreendeu o país em plena trajetória de recuperação após a recessão do ano passado, a primeira em uma década, devido à crise global. O governo chileno informou nesta segunda-feira que o índice de preços ao consumidor cresceu 0,3 por cento em fevereiro, um pouco acima do consenso do mercado, por causa do aumento no custo do transporte. O Banco Central do Chile, entretanto, anunciou que o país teve superávit comercial de 1,332 bilhão de dólares em fevereiro, quase o dobro do mesmo mês do ano passado, com um aumento de 42 por cento nas exportações e de 25 por cento nas importações. Os dados desta segunda-feira se somam a números divulgados na semana passada, que mostraram que o indicador mensal de atividade econômica subiu 4,3 por cento em janeiro, superando as expectativas do mercado. "O terremoto muda o panorama no curto prazo em termos tanto de crescimento como de inflação", disse Rodrigo Aravena, subgerente de estudos, economia e renda fixa da Banchile Inversiones. "Mas, olhando para o segundo semestre, nós deveríamos ver um crescimento bastante forte em termos de atividade", acrescentou o analista, que manteve a previsão de uma expansão econômica de 5,2 por cento em 2010 como um todo. Em entrevista à Reuters na Basileia, o presidente do Banco Central do Chile, José De Gregorio, disse no domingo que a economia do país está em boa posição para ter uma forte recuperação após o terremoto, e afirmou que ainda poderia crescer entre 4,5 e 5,5 por cento neste ano. De Gregorio também reiterou que o Banco Central contribuirá com a retomada, continuando com a política monetária expansionista. (Reportagem de Rodrigo Martínez e Antonio de la Jara)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.