04 de junho de 2009 | 19h40
Os restos se encontram em bom estado, e alguns representam cortes por facas afiadas nas zonas das vértebras, da clavícula e do pescoço, disse à Reuters o diretor do Museu Bruning, Carlos Webster, encarregado do projeto de escavação do sítio arqueológico de Chotuna-Chornancap, nos arredores da cidade de Chiclayo.
"A maioria está em bom estado, conservam os tecidos da pele, o pelo. Estavam a 30 centímetros e dois metros sob terra, numa área sem problema de umidade", disse Webster, segundo quem a descoberta confirma estudos sobre sacrifícios humanos no antigo Peru, supostamente para aplacar desastres naturais, como chuvas e secas.
"Era parte de um ritual, e isso era o valor fundamental dos sacrifícios", acrescentou o investigador. "Os restos pertencem em sua maioria a meninas de uns 15 anos. Uma delas aparentemente estava grávida, porque se encontrou em seu abdome o osso de uma clavícula de um não-nascido, provavelmente de 4 meses."
O complexo Chotuna-Chornancap tem 95 hectares e corresponde à cultura Chimú, que se desenvolveu entre os anos 1100 e 1400, até o domínio do império inca, que atingiu seu apogeu por volta de 1500.
O trabalho de Webster na área começou em dezembro de 2007, e agora passará à fase dos exames de DNA para determinar a origem dos corpos, com ajuda de especialistas dos EUA.
Para completar o trabalho, serão recolhidas amostras genéticas de cerca de 50 pessoas que vivem perto do sítio arqueológico. "Essa análise é para ver a que grupo familiar pertencem, a que grupo étnico, ver sua origem. Esse trabalho pode levar uns seis meses."
No fim de 2008, outro grupo anunciou a descoberta dos restos de uma mulher em outro complexo arqueológico da região, e ela também apresentava sinais de ter sido sacrificada.
O Peru, um país rico em culturas antigas, tem centenas de sítios arqueológicos datados de milhares de anos, que abarcam dezenas de culturas, o que inclui as famosas ruínas da cidade inca de Machu Picchu.
Encontrou algum erro? Entre em contato