BUENOS AIRES- A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, inaugurou nesta sexta-feira, 21, as festividades do Bicentenário em meio a uma nova polêmica com o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, que tirou o brilho das celebrações dos 200 anos da revolução que abriu espaço para a independência do país.
Acompanhada da maioria de seus ministros, Cristina disse emocionada que começa uma "verdadeira festa de todos", um Bicentenário "com um selo de pertinência e identidade com a América do Sul e a América Latina".
A governante deu início às comemorações depois de visitar os pavilhões do Brasil, Paraguai e Bolívia que fazem parte do "Passeio do Bicentenário", de quase um quilômetro de comprimento e instalado sobre a tradicional avenida 9 de julho, no centro da capital argentina.
Em clima de Copa do Mundo, o pavilhão brasileiro tem um pequeno campo de futebol. Cristina aproveitou e deu alguns chutes."Marquei dois dos três gols que podia", comemorou.
No "Passeio do Bicentenário", estão representadas com pavilhões as 23 províncias argentinas e vários países latino-americanos, que também estão próximos dos 200 anos de independência.
A presidente argentina não comentou os problemas com Macri. A velha antipatia entre os dois governantes, de partidos rivais, se reavivou nas últimas horas após Cristina anunciar sua ausência no principal ato programado pelas autoridades de Buenos Aires, a reabertura do Teatro Colón.
Na carta em que confirmou que não iria ao evento, a chefe de Estado opinou dizendo que "a política não pode nem deve ser uma cerimônia de cinismo e hipocrisia", e, com ironia, desejou a Macri que "desfrute tranquilo e sem presenças incômodas".
Também por carta, Macri respondeu lamentando "profundamente" a decisão de Cristina de não comparecer à reabertura do teatro "na noite do Bicentenário da Pátria".
Segundo a presidente, o estopim para os problemas em sua relação com Macri foi a acusação que o prefeito fez contra Néstor Kirchner, seu marido e antecessor na Presidência (2003-2007).
A administração de Macri, que organizou sua própria comemoração do Bicentenário, se queixou nos últimos dias da ocupação da avenida 9 de Julho, próxima ao teatro Colón e a mais larga da cidade, onde o governo montou o passeio, centro da maioria das festividades.