PUBLICIDADE

Santos desponta como favorito para o 2o turno na Colômbia

Por PATRICK MARKEY E JACK KIMBALL
Atualização:

O ex-ministro da Defesa da Colômbia Juan Manuel Santos despontou como favorito para o segundo turno da eleição presidencial após uma vitória consistente no primeiro turno. Santos beneficiou-se da queda na violência ligada aos rebeldes, do aumento do investimento na Colômbia e do forte apoio do setor rural para ficar bem à frente do ex-prefeito de Bogotá Antanas Mockus no domingo, apesar de as pesquisas de opinião indicarem um empate antes da votação. Embora sem obter a maioria absoluta necessária para evitar o segundo turno de 20 de junho, Santos, descendente de uma família rica de Bogotá, obteve 47 por cento dos votos, enquanto Mockus ficou com 22 por cento. Seu bom desempenho numa eleição com nove candidatos foi visto como testemunho da popularidade do presidente Alvaro Uribe, apesar da série de escândalos envolvendo direitos humanos e corrupção que acompanharam o segundo mandato de Uribe e deram suporte a Mockus. "Os colombianos não quiseram dar um pulo no escuro e eles mostraram isso nesta eleição", disse Uribe à rádio Caracol, pedindo que outros partidos formem uma aliança para o segundo turno. Uma vitória de Santos em junho seria um teste para os laços com a Venezuela, onde o presidente socialista Hugo Chávez o chamou de "ameaça" durante a disputa diplomática que afetou o comércio entre os vizinhos da região dos Andes. Mockus se sobressaiu nas pesquisas de antes da votação, empatando com Santos, que foi forçado a reformular a campanha para concentrar-se nos temas emprego e economia. Santos também se beneficiou das gafes cometidas por Mockus durante os debates presidenciais. As pesquisas podem ter subestimado o apoio a Santos nas áreas rurais, as mais beneficiadas com as iniciativas de Uribe na segurança contra as guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), contra os paramilitares de direita e os traficantes de cocaína. As guerrilhas colombianas têm sido combatidas com uma guerra apoiada pelos Estados Unidos, e o investimento nas indústrias do petróleo e da mineração aumentou durante o governo de Uribe. Apesar de uma taxa de aprovação de mais de 60 por cento, a alta corte determinou que o presidente não poderia concorrer a um terceiro mandato. É provável que os investidores fiquem satisfeitos com a ampla margem de apoio a Santos, porque há uma percepção de que o ex-ministro das Finanças, educado nos EUA e na Grã-Bretanha, tenha uma probabilidade maior (do que Mockus) de manter as posições de Uribe com relação a regulação, impostos e restrição fiscal. (Reportagem adicional de Javier Mozzo, Frank Jack Daniel)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.