23 de julho de 2010 | 18h52
CARACAS - Analistas políticos venezuelanos esperam que a posse do presidente eleito colombiano, Juan Manuel Santos, abra uma etapa de normalização nas relações bilaterais entre os dois países. Representantes dos setores comerciais e empresariais, no entanto, manifestaram sua preocupação com a nova crise entre os dois países.
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"Venezuela e Colômbia têm objetivos políticos distintos, mas isso não deve ser obstáculo para um entendimento", disse à Efe o analista político Carlos Romero.
Segundo ele, Santos buscará melhorar as relações diplomáticas e políticas com a Venezuela, mesmo que isso desagrade seu antecessor e padrinho político, Alvaro Uribe.
Ainda de acordo com o analista, a decisão de Santos em se manter afastado da crise diplomática até que assuma o poder é acertada.
"Chávez não tinha outra opção depois da opção agressiva e pouco clara feita pelo embaixador colombiano na OEA", disse Romero.
Outro analista venezuelano, Fausto Masó, disse que só com a posse de Santos se terá uma dimensão real da crise. "As pessoas diziam que Santos era mais reacionário que Uribe, mas Santos quer uma distensão e sabe que a relação com a Venezuela será positiva para a Colômbia", afirmou Maso. Ainda segundo o analista, a chance de um confronto militar entre os dois países é pequena.
No aspecto econômico, a Câmara venezuelano-colombiana de Comércio (Cavecol) se disse profundamente preocupada com a nova dimensão da crise. "Fazemos votos de que o diálogo se restabeleça o mais breve possível", disse o presidente-executivo da Cavecol, Luis Alberto Russián.
De acordo com o órgão, o comércio bilateral caiu cerca de 70% com o congelamento de relações de julho de 2009.
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