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Secretário-adjunto dos EUA visitará Honduras, diz pró-Zelaya

Segundo chefe da comissão negociadora do líder deposto, Thomas Shannon chega ao país nesta quarta-feira

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Por Redação
Atualização:

Victor Meza, chefe da comissão negociadora do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse na segunda-feira, 26, que o secretário de Estado adjunto americano para o Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, chegará na quarta-feira ao país para tratar da crise política local.

 

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A iniciativa demonstra que o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, buscará uma participação mais ativa na resolução da crise, que já dura quatro meses. Até agora, Washington havia deixado a mediação nas mãos da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do presidente da Costa Rica, Oscar Arias.

 

Meza não disse qual será a agenda de Shannon em Honduras, mas relatou à Agência Efe que o secretário de Assuntos Políticos da Organização dos Estados Americanos (OEA), o boliviano Víctor Rico, chega nesta terça-feira ao país. Rico já liderou uma missão técnica do organismo em Tegucigalpa semanas atrás. Ambas as visitas, segundo Meza, criarão "uma situação mais propícia para um acordo" com a delegação do presidente de fato hondurenho, Roberto Micheletti, depois que o diálogo sobre a crise política foi dado como fracassado na sexta-feira passada por Zelaya.

 

Ministro de Governo (Interior) do chefe de Estado derrubado, Meza explicou que a comissão que preside está "à espera de alguma nova proposta por parte da delegação do senhor Micheletti". "Se é uma proposta digna de ser considerada e capaz de destravar a estagnação em que se encontra o diálogo, a levaremos em conta indubitavelmente", acrescentou.

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"Estamos à espera dessa proposta no marco de uma situação mais propícia para um acordo, que é a chegada do senhor Víctor Rico, da OEA, amanhã, e a chegada na quarta-feira do senhor Thomas Shannon, do Departamento de Estado americano", afirmou.

 

Shannon foi indicado pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, como novo embaixador do país no Brasil, mas sua nomeação ainda está bloqueada pelos republicanos no Senado americano como forma de protesto pela postura de Washington na crise de Honduras.

 

Obama e a secretária de Estado, Hillary Clinton, afirmam que a deposição de Zelaya, no fim de junho, foi um golpe. O Departamento de Estado cancelou os vistos de alguns membros do governo de facto e tomou algumas medidas com o objetivo de pressionar o governo de Micheletti a permitir o retorno de Zelaya ao poder. Oficialmente, os EUA não reconhecerão o resultado da votação em novembro. Alguns integrantes da oposição americana, criticando a Casa Branca, tentam encontrar uma alternativa para que o futuro presidente tenha reconhecimento internacional.

 

Os EUA são o país com maior capacidade de pressão sobre os dois lados envolvidos na crise por causa do peso econômico americano em Honduras. Além disso, o governo de facto tem a segurança de que republicanos, como o senador Joe DeMint, estarão ao lado deles em qualquer negociação.

 

Zelaya está há mais de um mês na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O presidente deposto entrou escondido no país e conseguiu abrigo na missão brasileira. Na semana passada, os dois lados suspenderam as negociações e a expectativa é a de que a missão americana consiga levar as duas partes de volta para a mesa de negociações.

 

(Com Gustavo Chacra, de O Estado de S. Paulo)

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