Grupos populares hondurenhos bloquearam nesta sexta-feira, 17, diversos pontos do país e das fronteiras com El Salvador e a Guatemala, em protesto pedindo a restituição do líder deposto Manuel Zelaya ao poder. Um dia antes da retomada do diálogo na busca de uma solução à crise política na Costa Rica, os manifestantes permaneceram nas vias que ligam Tegucigalpa ao sul e ao norte do país, disse Juan Barahona, secretário-geral da Confederação Unitária de Trabalhadores de Honduras (CUTH), à Agência Efe.
Outros bloqueios também foram registrados nas zonas de Olancho, Cortés e Ocotepeque, no oeste do país, no Caribe e no leste de Honduras, respectivamente, apontou. Barahona assegurou que nas fronteiras com a Guatemala e El Salvador vários manifestantes impediram a circulação de veículos e pessoas.
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"Os companheiros salvadorenhos estão nos apoiando", acrescentou, sem dizer se o protesto também está sendo realizado em El Salvador. Barahona indicou que o dirigente camponês Rafael Alegría e outro representante das organizações que apoiam Zelaya, que não identificou, viajaram nesta sexta para a Costa Rica.
Sobre a segunda fase de aproximação entre as delegações do novo governo de Roberto Micheletti e de Zelaya, que começará no sábado na Costa Rica, afirmou que o diálogo deve restabelecer o presidente deposto, mas "não com as mãos amarradas". Ele indicou também que Zelaya, deposto no dia 28 de junho por militares e enviado à Costa Rica, não pode ficar sob os interesses de "grupos golpistas."
Barahona pediu ainda que a proposta de convocar uma consulta popular para a instalação de uma Assembleia Constituinte, promovida por Zelaya, seja mantida, a qual defendeu como "um direito da população."