Sem Zelaya na presidência, eleições seriam inviáveis, diz OEA

O assessor para Honduras do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), John Biehl, afirmou nesta quinta-feira, 8, que, se Manuel Zelaya não voltar à Presidência hondurenha, os movimentos sociais tornarão impossível a realização de eleições limpas e respeitadas por todos.

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"Há muitos indícios de que, se o presidente Zelaya não for restituído no cargo com prontidão, movimentos tornariam impossíveis eleições limpas e respeitadas por todos", declarou o diplomata chileno a Rádio Cooperativa.

 

Biehl foi embaixador do Chile nos EUA, e está em Tegucigalpa desde o fim de setembro, quando chegou a Honduras junto com quatro diplomatas da OEA. Ele conseguiu permanecer no país, mas os outros quatro enviados da OEA foram imediatamente expulsos pelo regime de fato de Roberto Micheletti, que convocou eleições para 29 de novembro. "Eleições sem o presidente Zelaya provavelmente teriam que ser altamente militarizadas, com um alto grau de violência, o que significaria que o próximo Governo seria praticamente desconhecido por uma enorme maioria do país e que o isolamento de Honduras continuaria", destacou Biehl.

 

Nas últimas horas, Micheletti disse que deixaria a Presidência se Zelaya também descartasse voltar ao poder, do que foi tirado por golpe de Estado em 28 de junho. A restituição de Zelaya figura como um dos pontos do Acordo de San José, proposto pelo presidente costarriquenho, Oscar Arias. "Todo mundo acha que a restituição do presidente Zelaya (...) é uma condição unânime da comunidade internacional", destacou o diplomata da OEA.

 

Ao ser perguntado sobre se há margens para uma solução para a crise em Honduras, Biehl afirmou que "o diálogo sempre tem surpresas" e "uma pessoa nunca sabe o poder que o diálogo tem". "O problema é que há muito pouco tempo para que isto aconteça", disse em alusão à possível restituição de Zelaya, que está hospedado desde 21 de setembro na embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

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