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Senado argentino aprova uso de reservas para pagar dívidas

Atualização:

O Senado argentino aprovou na quarta-feira um projeto de lei que permite ao governo usar 4,3 bilhões de dólares em reservas internacionais do banco central para pagar dívidas. O projeto será analisado agora pela câmara baixa do Congresso argentino, onde a expectativa é de que ele seja aprovado. A votação --41 a favor, 29 contra e uma abstenção-- é uma vitória para a presidente Cristina Kirchner, porque permite a ela continuar a elevar os gastos governamentais em um momento de financiamento apertado antes de um ano eleitoral. O resultado também mostra que a facção leal a ela no partido peronista ainda tem poder substancial no Congresso, apesar de um desempenho fraco nas eleições parlamentares do ano passado. Cristina, mulher do ex-presidente e antecessor Néstor Kirchner, deve concorrer novamente à Presidência no ano que vem. Os gastos em programas sociais são vistos como chave para manter o apoio aos Kirchners no maior eleitorado do casal, os pobres e a classe trabalhadora. A presidente já assinou um decreto que permite ao governo usar reservas para pagar obrigações da dívida, que cresceram significativamente no ano passado para um valor estimado de 15 bilhões de dólares. Mas seu governo enviou um projeto de lei ao Congresso para legitimar a controversa medida. Líderes oposicionistas criticaram a medida, afirmando que ela impulsionará a inflação, que deve superar 20 por cento neste ano. A elevação dos preços é uma grande preocupação entre os argentinos e tem reduzido a popularidade dos Kirchners. Em janeiro, Cristina demitiu o então presidente do banco central Martin Redrado, que tentou impedir o plano de usar as reservas. A nova presidente do banco central, Mercedes Marcó del Pont, apoia a ideia. (Reportagem de Karina Grazina)

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