Senado do Paraguai aprova entrada da Venezuela no Mercosul

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O Senado paraguaio aprovou nesta terça-feira a adesão da Venezuela ao Mercosul, o que abre caminho para que o país volte com plenos direitos ao bloco regional do qual foi suspenso no ano passado. O Paraguai não participa das reunião do bloco aduaneiro, embora a sanção tenha sido retirada em agosto quando o conservador Horacio Cartes assumiu a Presidência. Cartes não aceitou reintegrar o país plenamente até que se resolva o que chamou de "problema jurídico" causado pelo ingresso da Venezuela sem a aprovação do Congresso paraguaio. A aprovação, que deve ser ratificada pela Câmara dos Deputados, era dada como certa desde a semana passada, quando o governo enviou o protocolo de adesão ao Senado. "O governo está restabelecendo todas as relações internacionais. É o momento de entender que o Paraguai precisa se reintegrar ao Mercosul e poder negociar com os blocos", disse o senador do governista Partido Colorado, Enrique Bachetta. O governo tem mais da metade dos deputados e, por isso, não deve ter dificuldade para completar o processo antes do recesso de verão, no fim deste mês. Cartes dedicou seus primeiros meses de governo para recompor as relações bilaterais com os países da região, em especial com seus sócios do Mercosul: Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela. Os países retiraram seus embaixadores no Paraguai em resposta ao rápido julgamento político que destituiu o presidente Fernando Lugo, a pouco mais de um ano do fim de seu mandato. O Senado paraguaio rejeitou a adesão em meados de 2012 depois de questionar a situação política na Venezuela e de seu então presidente Hugo Chávez. "O que estamos tentando é o nosso retorno ao Mercosul e o que devemos discutir é que tipo de Mercosul queremos. Vamos estar dentro de um Mercosul onde a razão política prevalece sobre a jurídica. E isso não convém a um país pequeno", disse a senadora opositora Desiree Masi no plenário. A suspensão manteve o país, que tem a menor economia do grupo, à margem das reuniões e decisões políticas, mas não foi alvo de sanções econômicas. (Reportagem de Mariel Cristaldo)

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