Senador colombiano diz que ex-líder das Farc tentou se suicidar na prisão

Segundo Iván Cepeda, a tentativa de suicídio foi motivada por uma possível extradição aos Estados Unidos; mas governo colombiano descarta a extradição

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Por EFE
Atualização:

Bogotá - O senador colombiano Iván Cepeda, do partido de esquerda Polo Democrático Alternativo (PDA), afirmou que o ex-chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Jesús Santrich tentou se suicidar.

Na sexta, 17, Santrich deixou o presídio de La Picota, em Bogotá, após uma ordem de libertação. O ex-guerrilheiro, que tem problemas de visão, saiu da prisão em uma cadeira de rodas e rodeado por agentes do Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário (Inpec), a Promotoria e a Polícia. No entanto, algumas horas depois, foi novamente preso por ordem da promotoria, já com ferimentos.

Militares escoltam Jesús Santrich em sua transferência para a prisão La Picota, em Bogotá Foto: EFE/Mauricio Due

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Segundo Cepeda, que visitou o bunker da promotoria onde Santrich está detido após receber alta médica do Hospital Méderi, a tentativa de suicídio foi motivada por uma possível extradição aos Estados Unidos que poderia ser determinada pelo presidente Iván Duque

A Constituição colombiana permite que o presidente declare estado de emergência quando existam graves perturbações da ordem pública que atentem de maneira iminente contra a estabilidade institucional, como o caso de Santrich, que tem provocado crises e desgastado o governo de Duque.

Contudo, a presidência colombiana esclareceu que não pensa em decretar esse estado.

Santrich é acusado de enviar mais de dez toneladas de cocaína para os EUA em 2018. O governo americano pediu sua extradição, que foi negada pela Jurisdição Especial para a Paz (JEP), um tribunal especial criado após o acordo entre Bogotá e a ex-guerrilha das Farc, em 2016. A corte considerou não haver provas suficientes de que o crime foi cometido depois de 2016 – se fosse antes, ele seria julgado pela JEP e, depois, pela Justiça comum. 

Ele foi preso em Bogotá em 9 de abril de 2018 pela Procuradoria colombiana, que aceitou o pedido de extradição dos EUA. A JEP, entretanto, determinou a libertação do ex-guerrilheiro, alegando não ter recebido do governo americano a “prova de que Santrich cometeu o crime após a assinatura do pacto de paz”. Santrich, ex-negociador e líder do atual partido das Farc, sempre declarou sua inocência e atribui as acusações a uma manipulação da Promotoria e dos EUA. 

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