Terremoto do Haiti é o terceiro mais mortífero desde 1900

Tremor de 7 graus que atingiu país só perde para Tsunami e sismo de 7,5 graus na China em 1976

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Por Arícia Martins e com agências internacionais
Atualização:

Juízes homenageiam parentes mortos em frente aos escombros do Palácio da Justíça, em Porto Príncipe. Foto: Eduardo Munoz/Reuters

 

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PORTO PRÍNCIPE- Com o novo balanço divulgado nesta terça-feira, 2, pelo primeiro-ministro do Haiti, Jean Max Bellerive, o terremoto de 7 graus que atingiu a nação caribenha em 12 de janeiro é o terceiro mais mortífero desde 1900, contabilizando mais de 200 mil mortos. Segundo o ministro, este número não inclui os corpos que ficaram sob escombros nem as vítimas enterradas por suas próprias famílias.

 

Bellerive divulgou estes dados durante uma visita ao Senado haitiano, onde falou aos parlamentares sobre a necessidade de mudar a estrutura de Governo para poder enfrentar a crise provocada pelo terremoto.

 

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, a China sentiu em 1976 o terremoto mais mortífero desde 1900. O número oficial de mortos causado pelo tremor de magnitude 7,5 chegou a 255 mil, mas estima-se que cerca de 655 mil pessoas possam ter morrido em consequência do tremor. Quase 800 mil pessoas ficaram feridas. O sismo causou danos desde a área de Tang-Shan até a capital, Pequim, e é provavelmente o mais mortífero nos últimos quatro séculos, assim como o segundo maior da história.

 

O segundo terremoto mais destrutivo desde 1900 foi o tsunami de 9,1 graus na escala Richter que atingiu 14 países no sul da Ásia e leste da África em 2004, com epicentro em Sumatra, a maior ilha da Indonésia. Mais de 227 mil pessoas morreram, e cerca de 1,7 milhões ficaram desabrigadas.

 

O tremor foi sentido em todas as ilhas da Indonésia e em partes de Bangladesh, Índia, Malásia, Maldivas, Mianmar, Cingapura, Sri Lanka e Tailândia, causando precipitações e deslizamentos em Sumatra, e a ativação de vulcões em diversas ilhas da Indonésia.

 

Situação volátil

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Segundo a ONU informou nesta terça, a situação de segurança no Haiti é "estável, mas potencialmente

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volátil", após o terremoto do dia 12 de janeiro. A entidade, porém, afirmou que um grupo armado atacou uma caravana com alimentos no aeroporto de Jeremie, no sudoeste haitiano.

 

O escritório de assuntos humanitários da organização afirmou que mantenedores de paz da ONU chegaram a realizar disparos de advertência, para controlar a situação. Segundo o órgão, não houve feridos no incidente.

 

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De acordo com a ONU, a polícia haitiana está aumentando suas patrulhas para prevenir a violência. No sábado, foram capturados 33 prisioneiros que haviam fugido, mas ainda há um grande número de foragidos no país. A entidade também alertou para o risco de que crianças haitianas sejam sequestradas ou escravizadas, podendo ser levadas para outros países.

 

A Unicef estima que 50 mil crianças estejam 'desacompanhadas' no país. Veronique Taveau, porta-voz da organização, explicou que não se trata de 50 mil órfãos. "Nesse cálculo que fizemos, sabemos que existem órfãos. Mas também incluímos o número de crianças que simplesmente estão desacompanhadas. Isso não quer dizer que elas não têm mais família. Mas que, nesse momento, essas famílias estão desaparecidas ou a criança está perdida".

 

Interrogatório

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Autoridades haitianas interrogaram na segunda-feira os dez missionários norte-americanos presos sob suspeita de tentarem retirar ilegalmente 33 crianças do país depois do terremoto de janeiro.

 

 Os dez missionários batistas - cinco homens e cinco mulheres - foram detidos na sexta-feira em um ônibus com o qual tentavam cruzar a fronteira da República Dominicana, levando consigo crianças que eles disseram ter ficado órfãs por causa do terremoto.

 

O grupo nega as acusações de tráfico infantil e diz que estava tentando ajudar as crianças, embora haja indícios de que muitas delas não eram órfãs. O caso pode ter consequências diplomáticas delicadas, já que atualmente os EUA lideram um enorme esforço humanitário no Haiti, e ONGs norte-americanas despejam bilhões de dólares em donativos ao país.

 

 

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