15 de janeiro de 2010 | 23h11
O terremoto de grandes proporções que atingiu o Haiti na terça-feira não podia ter sido previsto, afirmaram especialistas nesta sexta-feira, 15. Contudo, os sismólogos conseguiram avanços em identificar as zonas mais propensas a serem atingidas por grandes sismos nas próximas décadas.
"Atualmente não há um método ou teoria de previsão de terremotos que seja aceita por cientistas", disse David Oglesby, professor associado de ciências da terra na Universidade da Califórnia, em Riverside.
Os geólogos sabiam há tempos que um grande terremoto poderia sacudir a linha que cruza a capital do Haiti. O difícil era averiguar quando isso iria ocorrer.
Geólogos americanos apresentaram em 2008 um estudo que concluía que Porto Príncipe, que não era atingida por um grande evento sísmico desde 1751, poderia enfrentar um terremoto de magnitude 7,2. No entanto, eles não puderam dizer com certeza se esse terremoto iria acontecer no dia seguinte ou nos próximos trinta anos.
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O documento, apresentado em 2008 por geólogos durante uma Conferência Geológica do Caribe em Santo Domingo, dizia que um sismo de magnitude 7,2 em Porto Príncipe, cidade com construções de muito má qualidade, poderia ser catastrófico.
Sipkin disse que, de um ponto de vista sismológico, o terremoto de terça-feira não foi particularmente incomum, ou um sinal do que ainda pode vir. O especialista destacou que entre 16 e 18 tremores de 7 pontos na escala Richter ocorrem todo ano em algum ponto do planeta, em média, mas a maioria atinge zonas pouco povoadas.
"Apesar de tanta devastação e de ter sido um desastre e uma tragédia, este foi um terremoto muito comum (do ponto de vista geológico)", declarou Sipkin.
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