13 de janeiro de 2010 | 11h39
Após o terremoto de 7 graus na escala Richter sofrido na noite desta última terça-feira, 12, o Haiti já registrou vários novos tremores, porém de magnitude menor, informou José Roberto Barbosa, técnico em sismologia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP).
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"Em casos de grandes terremotos, há ocorrência de réplicas, tremores de menor magnitude durante os dias e meses subsequentes. Segundo relatórios que tivemos acesso, já foram registrados diversos tremores menores no Haiti", afirma Barbosa.
Segundo o especialista da USP, o terremoto que devastou o Haiti é considerado raro. "Este grande tremor se originou, segundo informações preliminares, de um sistema de falhas dentro da placa tectônica do Caribe. Normalmente os terremotos e vulcões se originam das bordas dessas placas", explica.
O Haiti se localiza sob as placas tectônicas Caribe e Norte-americana, que, como todas as outras, se movimentam centímetros por ano, produzindo energia que podem se acumular por anos e, ao ser liberadas, originam os fenômenos geológicos como terremotos e vulcões.
Sobre a possibilidade de ocorrer um novo tremor de grande escala no Haiti, Barbosa afirma que a ciência ainda não consegue prever esse tipo de ocorrência. "É impossível fazer qualquer previsão quando se trata de terremotos. Da mesma forma que não havia como prever este terremoto que ocorreu, não há como prever outros futuros", diz o sismólogo.
Tremores no Brasil
Na última segunda-feira, um terremoto de 4,3 graus da escala Richter foi registrado em Taipu, no litoral do Rio Grande do Norte. O tremor, considerado de baixa magnitude, foi sentido em outras cidades da região Nordeste, mas não houve registro de feridos e danos materiais.
"Pela localização do Brasil, na intraplaca Sulamericana, é pouco provável que nosso país sofra um terremoto de grande magnitude como o ocorrido no Haiti, mas não posso dizer que é algo impossível. Registramos tremores menores quase que em todos os meses e que são pouco percebidos pelos brasileiros", explica Barbosa.
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