CIDADE DO MÉXICO- O jornalista Héctor Gordoa, do canal Televisa, um dos quatro sequestrados na segunda após cobrir um protesto em uma penitenciária no norte do México, foi libertado nesta quinta-feira, 30, de acordo com uma fonte do canal. As informações são da agência de notícias AFP.
"Já foi libertado. Foi feito contato com ele, ele está bem e já está a caminho da cidade do México," disse à AFP por telefone um fonte do programa no qual Gordoa trabalha.
Os outros três repórteres, um dos quais também é da Televisa, permanecem em poder do crime organizado, mas em boas condições, ainda segundo a fonte.
A Procuradoria e a polícia local afirmaram não ter informações sobre a libertação de Gordoa.
O cartel que os sequestrou exige em troca de sua liberdade que os meios onde trabalham exibam vídeos nos quais policiais afirmam trabalhar para uma gangue rival.
Os quatro repórteres - Gordoa; um câmera da Televisa; outro câmera do Multimeios e um repórter do jornal El Vespertino - estavam cobrindo uma rebelião em uma prisão na cidade de Gómez Palacio, no estado de Durango, quando foram sequestrados.
Na terça, o Multimeios exibiu três vídeos nos quais policiais locais e dois civis que estão sendo interrogados confessam trabalhar para o cartel Los Zetas, rival do cartel do Golfo, que raptou os jornalistas.
No domingo, a diretora da prisão estadual de Gómez Palácio, Margarita Rojas, foi presa junto a outros três oficiais por deixar prisioneiros saírem do cárcere em veículos oficiais para cometer assassinatos, incluindo o massacre de 17 pessoas na semana passada.
De acordo com a Comissão Nacional de Direitos Humanos do México, 64 jornalistas foram assassinados no país desde 2000, e 11 estão reportados como desaparecidos de 2006 a 2010.
Outras fontes, como a Fundalex, afirmam que são 10 os comunicadores mortos de forma violenta neste ano e mais de 70 na última década.
Os estados de Coauhila e Durango sofrem com a guerra entre o cartel Los Zetas e seus antes aliados do cartel do Golfo, que recebem apoio de outros grupos de narcotraficantes.
Desde que o presidente Felipe Calderón assumiu o poder em 2006 e declarou guerra contra o narcotráfico, mais de 25.000 pessoas morreram pelas mãos do crime organizado.
Com AP e Efe