BOGOTÁ- O presidente colombiano, Álvaro Uribe, teve nesta sexta-feira, 16, uma reunião de urgência com a cúpula militar do país para analisar as provas da presença de líderes guerrilheiros na Venezuela, um assunto que terminou com a retirada do embaixador venezuelano em Bogotá.
Nem Uribe e nem os altos comandantes militares fizeram declarações depois dessa reunião, que aconteceu no aeroporto militar de Catam, em Bogotá, e na qual foi discutido também, segundo a imprensa local, a resposta que será dada ao pronunciamento feito pela Venezuela através de seu chanceler, Nicolás Maduro.
"Chamamos o embaixador Gustavo Márquez para que venha a consultas em Caracas e se junte à avaliação de uma série de medidas políticas e diplomáticas que serão tomadas nas próximas horas para rejeitar a agressão do governo colombiano", disse o chanceler venezuelano em entrevista coletiva em Caracas.
Maduro respondia ao comunicado divulgado hoje pelo governo da Colômbia, que afirmou que "durante seis anos" manteve um "diálogo paciente", mas "infrutífero" com a Venezuela sobre a presença de terroristas nesse país, o que leva a "pensar novamente em apelar às instâncias internacionais".
O novo capítulo de tensão entre os dois países, cujas relações diplomáticas e comerciais estão congeladas há quase um ano por decisão do presidente venezuelano, Hugo Chávez, começou nesta quinta-feira, quando o governo colombiano disse ter "provas" da presença de líderes das Farc na nação vizinha.
OEA
Também nesta sexta, o governo da Colômbia pediu "com a maior brevidade possível" uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para discutir a presença de guerrilheiros esquerdistas na Venezuela.
"Esta solicitação está precedida por inumeráveis esforços falidos para a solução deste grave problema", disse o secretário de imprensa da Presidência, Cesar Mauricio Velásquez, ao ler um comunicado do governo.
Em diferentes momentos, diz o texto, "o governo da Colômbia entregou informações ao governo da Venezuela e o tema foi abordado em reuniões privadas dos presidentes".
Segundo a nota, "o governo da Colômbia pediu inclusive a terceiros países a facilitação neste diálogo, entre outros, a Espanha, Cuba e Brasil".
O comunicado assinala também que, "segundo foi acordado na reunião de Cancún de 22 de fevereiro de 2010, os dois governos aceitaram a mediação, acompanhados pelo Brasil, México e República Dominicana".
De acordo com a mensagem, o presidente dominicano, Leonel Fernández, chegou a ir à fronteira entre Colômbia e Venezuela para tratar do assunto, mas sua ação "foi desautorizada pelo governo da Venezuela".
Atualizado às 20h09 para acréscimo de informações