Uribe tirou a máscara e não quer mais a paz, diz Chávez

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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse na segunda-feira que seu colega colombiano, Álvaro Uribe, com quem mantém duros atritos, tirou a máscara e demonstrou que não deseja a paz em seu país. Caracas e Bogotá vivem sua pior crise na história recente depois que no fim de semana Chávez acusou Uribe de mentir e ceder à pressão norte-americana quando decidiu, na semana passada, suspender a mediação que o presidente venezuelano vinha exercendo para tentar libertar reféns da guerrilha colombiana Farc. Uribe reagiu acusando Chávez de tentar legitimar a guerrilha, inflamar a região e expandir seu projeto revolucionário. "Eu o que fiz foi colocar no seu lugar o presidente Uribe. Uma máscara que ele com dificuldade colocou, não pôde manter a máscara, ele queria continuar usando, mas chegou o momento de desmascarar o presidente da Colômbia. Ele não quer a paz", disse Chávez a seguidores. Uribe suspendeu a mediação exercida por Chávez porque se irritou com uma consulta feita pelo presidente venezuelano diretamente ao comandante do Exército colombiano, general Mario Montoya. Embora na quinta-feira Chávez tenha se dito frustrado com a suspensão da mediação, nos dias seguintes ele foi elevando o tom, até afirmar no domingo à noite que as relações entre os dois países estavam congeladas. Em entrevista transmitida até a madrugada de segunda, Chávez disse também que uma reconciliação com o conservador Uribe é praticamente impossível. "Seria preciso buscar uma via. Não de reconciliação, porque já é impossível. Quando dois chefes de Estado chegam a esses níveis, uma reconciliação é impossível", disse Chávez. Exportadores e autoridades econômicas da Colômbia se mantinham na segunda-feira à espera do alcance do "congelamento" das relações entre os dois países. Nos últimos dias, Chávez já havia alertado também para repercussões negativas no comércio com a Espanha, depois que o rei Juan Carlos lhe mandou que se calasse, durante uma cúpula no Chile.

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