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Uribe visita Paraguai, Chile e Argentina para defender bases

Na véspera, Colômbia recebeu apoio do Peru e críticas da Bolívia sobre acordo militar com o governo americano

Atualização:

Depois de receber o apoio do Peru e o rechaço da Bolívia para o controvertido acordo militar do país com os Estados Unidos, o presidente colombiano, Alvaro Uribe, visita nesta quarta-feira, 5, Paraguai, Chile e Argentina. A proposta, que ainda está em fase de negociação, poderá transformar o país latino-americano no reduto das operações militares americanas na América do Sul. O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, de até sete bases militares na Colômbia.

 

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O líder peruano, Alan Garcia, um forte aliado de Uribe, disse que o Peru apoia o que chamou de "políticas fundamentais" do governo colombiano "Acredito que a história reconhecerá, em breve, o quanto foi feito em favor não apenas da Colômbia, mas do modelo democrático do nosso continente graças à força mostrada pelo presidente Uribe e seu governo", disse Garcia. O peruano comentou também o giro diplomático do colombiano para discutir a ideia. "O Uribe teve a sensibilidade para se dar conta de que o clima na região não está bom", disse Garcia.

 

Como já era esperado, Uribe teve uma escala difícil na Bolívia e ouviu críticas de Evo Morales. "Permitir bases militares na América Latina é uma agressão aos governos e democracias da América Latina. Vamos defender a soberania da América Latina", disse Morales após o encontro com Uribe. O boliviano anunciou que seu governo defenderá uma resolução na próxima cúpula da União Sul-americana de Nações (Unasul) contra instalação de bases militares estrangeiras na região. Uribe saudou "o povo irmão boliviano" e agradeceu a recepção do seu anfitrião.

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Além da Bolívia, os governos da Venezuela, Nicarágua, Equador e do Brasil também criticaram os planos do governo colombiano. A escolha do Peru como primeiro escala da missão diplomática foi estratégica. García foi o único presidente a manifestar publicamente seu apoio ao acordo militar entre Bogotá e Washington, na semana passada. O desembarque em Brasília será na quinta. O governo colombiano informou que Uribe adiantará em um dia a visita que faria a Buenos Aires na quinta-feira. A mudança da data teria sido pedida pelo próprio Uribe à Cristina Kirchner, presidente argentina. Em seguida, o colombiano visita ainda Chile, Brasil, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera convencê-lo a desistir do acordo.

 

Nesta terça-feira, o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, disse ao assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, que a existência de bases militares americanas na região lembram a Guerra Fria. "Expressei nossa percepção de que bases estrangeiras na região parece um pouco como resquício da Guerra Fria", disse o assessor de assuntos internacionais.

 

A expectativa do governo brasileiro é a de que essa polêmica seja extinta com um recuo da Colômbia. A ocasião para tratar do assunto se dará amanhã, quando o presidente colombiano, Álvaro Uribe, desembarcará em Brasília para uma audiência com Lula. "Uribe avaliará o custo-benefício disso", declarou Garcia. Ele adiantou também que Lula insistirá para que Uribe participe da reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), no dia 10, em Quito, Equador.