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Venezuela dá 72 horas para fechamento da Embaixada da Colômbia

Chanceler venezuelano quer convocar reunião na Unasul sobre acusações do governo Uribe

Por Efe
Atualização:

CARACAS- O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira, 22, que deu "72 horas" ao pessoal da embaixada da Colômbia em Caracas para que abandonem o país e ordenou o "fechamento" da legação diplomática venezuelana em Bogotá.

 

 

"Nosso embaixador já se encontra em Caracas, foram dadas ordens para fechar a embaixada em Bogotá, e demos 72 horas para que a embaixada (colombiana em Caracas) seja fechada", disse Maduro a jornalistas.

 

O chanceler também informou que conversou com a presidência equatoriana da União de Nações Sul-americanas (Unasul) para solicitar "a convocação imediata de um conselho de chanceleres" do órgão.

 

Para Maduro, é preciso que a "Unasul assuma uma resposta sul-americana a esta agressão. A Unasul é o cenário natural" para o assunto, defendeu.

 

As declarações de Maduro foram dadas pouco depois do presidente venezuelano, Hugo Chávez, romper "totalmente" as relações com a Colômbia por considerar "uma calúnia" as denúncias sobre a presença de guerrilheiros em território venezuelano apresentadas na OEA pelo governo de Álvaro Uribe.

 

"A Venezuela rompe a partir deste momento todas as relações com a Colômbia (...). Estão por vir dias muitos perigosos e ordenei o alerta máximo na fronteira", disse Chávez, depois que a Colômbia denunciou na OEA a presença "consolidada, ativa e crescente" de cerca de 1.500 guerrilheiros na Venezuela.

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O embaixador colombiano na OEA, Luis Alfonso Hoyos, pediu ao organismo em uma sessão especial a criação de uma comissão internacional que verifique em 30 dias a presença de acampamentos das Farc em território venezuelano.

 

Maduro qualificou as provas apresentadas por Hoyos, a quem chamou de "energúmeno", como um "show grosseiro" que buscava "faltar o respeito" à sociedade e instituições venezuelanas.

 

"As pessoas responsáveis do continente têm de reagir frente a utilização grosseira de um espaço como a OEA como se fosse um programa de quarta categoria da pior televisão que possa haver na Colômbia", disse Maduro.

 

"Não podemos aceitar com indiferença que haja um país como a Colômbia, que está em guerra há 60 anos (...). Na Colômbia há vários exércitos e isso perturba toda a região, toda a perturbação sai da Colômbia: droga, dólares, violência, paramilitares", acusou o diplomata.

 

O chanceler venezuelano explicou que além de pedir a reunião urgente dos chanceleres da Unasul, a Venezuela "está avaliando outras decisões para deixar claro nosso protesto às agressões" da Colômbia.

 

"A Colômbia abriu as portas de pelos menos sete bases militares aos Estados Unidos", argumentou o chanceler da Venezuela, em referência ao acordo entre Bogotá e Washington que permite o uso dessas instalações militares colombianas por militares americanos.

 

O acordo foi definido por Chávez como uma "ameaça" a sua 'revolução bolivariana e socialista'.

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