Venezuela lança plano para conter emergência elétrica

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O governo venezuelano, que declarou na segunda-feira estado de emergência elétrica, lançou um plano de economia de eletricidade que contempla desde sanções até incentivos nas contas, tanto para clientes residenciais como comerciais e industriais. O presidente Hugo Chávez anunciou uma redução de até 50 por cento da conta para clientes residenciais que diminuam a demanda em 20 por cento, e uma cobrança extra de até 200 por cento para quem superar essa mesma porcentagem. O estado de emergência vai se estender por 60 dias e poderá ser prorrogado. Chávez fez o anúncio depois das 23h em cadeia nacional, horas depois de declarar a "emergência elétrica", que levou o governo a racionar a distribuição de energia no país, o que tem afetado a popularidade do presidente. Os racionamentos, que também afetam a distribuição de água, prejudicam o governo a sete meses das eleições legislativas de setembro, em que Chávez pretende manter a maioria da Assembleia para empreender reformas legais necessárias para seu projeto socialista. O governo afirma que a grave situação se deve a uma prolongada seca que esvaziou a gigantesca represa de El Guro, responsável por 70 por cento da geração elétrica do país, e também devido ao aumento da demanda em consequência da expansão econômica do país até 2008. Mas a oposição e especialistas afirmam que a crise se deve a anos sem investimentos no setor e à falta de preparação do sistema para enfrentar o crescimento do consumo. "Se você baixar o consumo entre 10 e 20 por cento, receberá um desconto de 25 por cento. Se a redução chegar a 20 por cento ou mais, o desconto é de 50 por cento", explicou o presidente, segundo um comunicado da Presidência. Chávez acrescentou que se, ao contrário, houver um aumento do consumo, serão aplicadas sanções. Para quem aumentar 10 por cento, haverá uma cobrança extra de 100 por cento, e, para quem superar os 20 por cento, o aumento será de 200 por cento. Para os setores comercial e industrial, Chávez anunciou que a redução do consumo deve ser de 20 por cento em relação ao mesmo mês do ano anterior. O decreto de emergência permite ao governo acelerar a liberação de recursos para enfrentar o problema elétrico. (Por Ana Isabel Martínez)

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