O Governo venezuelano ordenou na noite de segunda-feira, 27, o retorno de seu novo embaixador no Peru, Arístides Medina, e iniciou uma "avaliação integral" de suas relações com esse país em "protesto" pela concessão de asilo político ao líder opositor Manuel Rosales.
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O Ministério das Relações Exteriores venezuelano afirmou em comunicado que a decisão do governo do Peru de conceder asilo político a Rosales "constitui uma violação do Direito Internacional, um duro golpe na luta contra a corrupção e um agravo contra o Povo da Venezuela".
O governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, argumentou que "apesar do acúmulo de provas" sobre os supostos atos de corrupção do ex-governador do estado de Zulia, "o Peru decidiu outorgar-lhe o asilo político".
"Por causa disso, a Venezuela optou, em sinal de protesto, pelo retorno imediato a Caracas de seu Embaixador em Lima, a suspensão dos trâmites conducentes à mudança do Embaixador recentemente designado no Peru, e o início de uma fase de avaliação integral de suas relações com o Governo desse país".
O governo peruano concedeu na segunda-feira asilo político a Rosales, que se declarou um "perseguido político" do Governo de Chávez, no momento em que o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, exigia que o Peru capturasse e devolvesse o político.
Maduro lembrou nesta segunda-feira que no domingo passado Caracas enviou à Interpol (Polícia internacional) no Peru toda a documentação para sustentar seu pedido de captura de Rosales, acusado de "enriquecimento ilícito" entre 2002 e 2004, quando era governador de Zulia.
O chanceler peruano, José Antonio García Belaúnde, anunciou que a decisão do Governo de Alan García tinha vigência indefinida e se baseava em razões humanitárias, e disse confiar em que não prejudicaria as relações bilaterais.