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Venezuela retira seu embaixador da Colômbia

Atualização:

A Venezuela retirou na terça-feira seu embaixador da Colômbia, temporariamente, depois de uma acalorada disputa sobre a decisão colombiana de suspender a intermediação do presidente Hugo Chávez na negociação pela libertação de reféns. A reconvocação do diplomata eleva as tensões entre os dois países vizinhos. Chávez e o presidente colombiano, Alvaro Uribe, trocaram farpas após o encerramento abrupto, pelo governo da Colômbia, dos esforços de Chávez para libertar os reféns, que estão em cativeiro há anos e que incluem a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt. "O governo da República Bolivariana da Venezuela, devido aos acontecimentos recentes e com o objetivo de fazer uma avaliação exaustiva das relações bilaterais, convocou seu embaixador na Colômbia para voltar ao país", disse o Ministério das Relações Exteriores em nota. A crise diplomática é a pior desde que Chávez retirou seu então embaixador na Colômbia em 2005, por causa de um incidente na fronteira. Representantes do governo colombiano não haviam se manifestado sobre a retirada. Chávez havia dito no fim de semana que estava "congelando" as relações com a Colômbia. Ele acusou Uribe de mentir. Segundo Chávez, a crise diplomática pode afetar os 6 bilhões de dólares movimentados por ano no comércio entre os dois países. Uribe, forte aliado dos Estados Unidos, respondeu acusando Chávez de favorecer a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Chávez tinha sido convidado em agosto pela Colômbia para tentar intermediar as negociações com os rebeldes para que eles libertassem os reféns. Suas credenciais de esquerda suscitaram esperanças de que ele conseguisse um acordo. Mas Uribe aparentemente não gostou do modo como Chávez lidou com a complicada negociação. A Colômbia então suspendeu os esforços, afirmando que Chávez quebrou o protocolo por ter falado com o chefe do Exército colombiano sem permissão. (Reportagem de Brian Ellsworth em Caracas)

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