24 de janeiro de 2010 | 12h28
Líderes da oposição dizem que presidente de esquerda Chávez está tentando controlar a mídia privada para bloquear a cobertura do crescente descontentamento da população. Simpatizantes de Chávez apoiam as medidas, citando os excessos da mídia, incluindo o apoio a um golpe fracassado de 2002.
O ministro das Obras Públicas da Venezuela, Diosdado Cabello, disse que programação das redes a cabo pode incluir apenas as estações que obedeçam a lei de radiodifusão venezuelana. O governo notificou a rede de oposição, a RCTV, na sexta-feira, alegando que a sua programação viola a lei.
"Aqueles senhores que têm empresas que fornecem televisão a cabo ... devem respeitar a lei", disse ele em uma coletiva de imprensa. "Eles não podem ter qualquer estação na sua programação, que não obedeça à lei."
As medidas apoiadas por Chávez limitam a transmissão de conteúdo adulto e linguagem obscena em certos horários e obrigam estações a exibirem discursos de Chávez, que às vezes duram horas.
Em 2007, Chávez negou a renovação da concessão de transmissão da RCTV, acusando canal de participação no golpe que o derrubou por um breve período.
A decisão foi criticada por grupos internacionais de liberdade de imprensa e pelos Estados Unidos, que acusaram Chávez de tentar limitar a liberdade de expressão.
A RCTV, por sua vez, criou um canal a cabo internacional, com sede em Miami, para evitar restrições de seu conteúdo. Mas o governo determinou que a estação ainda estava sujeita a restrições em seus programas, pois a maioria do conteúdo é produzido na Venezuela.
"(A medida) é usada para silenciar a voz de protesto do povo venezuelano em face ao fracasso da administração do governo", disse a RCTV, em um comunicado no início desta semana.
Chávez vem enfrentando críticas crescentes sobre a escassez de energia e água e sobre a forte desvalorização cambial neste mês, que pode acelerar a inflação do país.
Anteriormente o canal mais popular da Venezuela, a RCTV foi famosa por décadas por suas paródias de políticos venezuelanos, novelas e transmissão de jogos.
Chávez tem impulsionado radiodifusão pró-governo nos últimos anos, com a criação de várias redes financiadas pelo governo, incluindo o canal Telesur, que pretende ser o concorrente latino-americano de esquerda da CNN.
(Reportagem de Eyanir Chinea)
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