Venezuelanos vão às urnas; Chávez deve manter Parlamento

Votação deve servir como teste para popularidade do presidente, antes do pleito presidencial de 2012

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Por Daniel Wallis
Atualização:

CARACAS - Os venezuelanos foram às urnas logo cedo em eleições para o Poder Legislativo, e a expectativa é de que o presidente Hugo Chávez vá reter o controle da Assembleia Nacional em uma votação que deverá servir de teste para sua popularidade, antes do pleito presidencial de 2012. Os partidos de oposição do maior produtor de petróleo da América do Sul seguramente deverão ter conquistas importantes, após terem boicotado a eleição para o Legislativo há cinco anos. A dúvida é se a oposição será capaz de conquistar mais do que um terço das 165 cadeiras em disputa, o que significaria que o líder socialista precisará do apoio de seus inimigos para adotar reformas importantes e para fazer indicações para cargos-chave. O nome de Chávez, que foi eleito presidente pela primeira vez em 1998, não está na cédula eleitoral, mas a personalidade fortíssima de Chávez dominou a campanha --e expôs uma acentuada divisão política em um país com vastas riquezas geradas pelo petróleo e por minerais e com forte desigualdade entre ricos e pobres. O ex-soldado pára-quedista postou inúmeras mensagens de Twitter ao longo da noite, antes da abertura das urnas, às 6h, incitando seus correligionários a irem às urnas depositar seus votos. "Todos na ofensiva! Nós vamos demonstrar novamente que a revolução está aqui para ficar! Ninguém pode deixar de votar!", afirmou por meio de sua conta pessoal, @chavezcandanga. Aqueles que apoiam Chávez veem-no como um defensor dos muitos pobres da Venezuela, mas críticos acusam-no de ser um ditador vulgar. Sua popularidade oscila em média entre 40 e 50 por cento, muito abaixo do pico atingido há alguns anos, mas provavelmente não o suficiente para garantir que seu Partido Socialista deixe de conquistar a maioria. Segundo as pesquisas, os socialistas estão com vantagem sobre a recém-formada nova frente de oposição Unidade Democrática. Mas os opositores argumentam, no entanto, que existe uma onda de descontentamento com o presidente que irá provar que as pesquisas estão erradas.

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