26 de agosto de 2010 | 21h48
Parentes de mineiros presos aguardam notícias próximas à mina
COPIAPO, CHILE- Vídeos de estrelas do futebol como Pelé e Maradona serão enviados para animar a espera dos 33 mineiros que nesta quinta-feira, 26, completaram três semanas presos numa mina no norte do Chile, enquanto familiares e agentes do resgate buscam formas de aumentar o contato com eles.
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Os mineiros, que estão sendo preparados para uma longa espera, mas que ainda não sabem com precisão que o resgate demorará ao menos três meses, aguardam uma câmera que será enviada para que façam imagens. Um dos objetivos é ver se eles têm ferimentos.
Wilson Avalos, tio de dois dos mineiros que estão presos, Renán e Florencio, planeja deixar a espera mais agradável com vídeos, e o futebol é a solução.
"São muito fanáticos pelo esporte, vamos ter que enviar vídeos dos ídolos deles ... Vamos mandar vídeos de Diego Armando Maradona, Ronaldinho e Pelé. São muito fanáticos por eles", disse Avalos à Reuters.
O grupo de socorristas também estuda a possibilidade de estabelecer comunicações telefônicas entre os mineiros a 700 metros de profundidade e seus familiares, que as poucos começam a deixar "La Esperanza", um acampamento improvisado na pequena mina de cobre e ouro San José, ao norte do Chile.
"Seria interessante ter (uma linha até eles) em casa. Poderia dar mais força a eles e também dar tranquilidade. É preciso ter muito cuidado com o que se vai dizer", declarou Avalos.
O acidente fez soar um sinal de alerta sobre a segurança no país que é principal produtor mundial de cobre.
Jorge Pavletic, integrante da Sociedade Nacional de Mineração, disse nesta quinta que o órgão regulador do setor, o Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin), determinou o fechamento de 30 pequenas minas, o que classificou como um exagero por parte das autoridades.
"Esta é uma caça às bruxas que precisa terminar", disse Pavletic. "Não estamos levando as pessoas ao matadouro."
Um porta-voz do Sernageomin afirmou que não tinha informação sobre a medida.
Drama
Os mineiros estão presos em um refúgio a 688 metros da superfície após o colapso na mina. Os 33 sobreviveram por 19 dias com uma dieta racionada de duas colheres de atum enlatado, um gole de leite e meio biscoito a cada 48 horas.
O único canal de comunicação com o exterior tem 15 centímetros de diâmetro. É por lá que as equipes de resgate começaram a enviar soro e rações de proteína e glicose, semelhantes às consumidas por astronautas. Dentro da mina, os mineiros contam com acesso à água e canais de ventilação.
O resgate será feito por uma perfuradora que abrirá caminho no solo. Andres Sougarret, chefe da operação, afirmou que o período para abrir um túnel largo o bastante para a passagem segura dos homens pode levar até quatro meses.
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